Noite de críticas em território laranja
Manuela Ferreira Leite admitiu ter ficado “atónita, chocada". Pacheco Pereira aludiu a uma “decadência estrutural, não conjuntural” do PSD.
Pedro Passos Coelho disse neste domingo à noite que assumirá a responsabilidade pelos maus resultados do PSD, mas confirmou que não se demitirá. Disse-o depois de diferentes vozes terem feito críticas duras nas televisões, ao longo da noite eleitoral.
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Pedro Passos Coelho disse neste domingo à noite que assumirá a responsabilidade pelos maus resultados do PSD, mas confirmou que não se demitirá. Disse-o depois de diferentes vozes terem feito críticas duras nas televisões, ao longo da noite eleitoral.
Manuela Ferreira Leite foi a primeira a mostrar-se “chocada” com os resultados. “Estou atónita, chocada. Os resultados são demasiadamente maus para uma pessoa como eu, que gosto do partido, não estar um bocadinho abalada”, assumiu a ex-líder.
Logo ao início da noite, também José Miguel Júdice, que em 2007 foi mandatário da candidatura de António Costa à Câmara de Lisboa, foi duro para Pedro Passos Coelho. “A única questão destas eleições é saber a que horas Passos Coelho se demite. Tudo o resto era o esperado e o óbvio”, disse.
Pacheco Pereira aludiu depois a uma “decadência estrutural, não conjuntural” que existe no PSD e sublinhou que “a máquina laranja já não existe há muito tempo” e que, por isso, o PSD se transformou num “partido médio”.
Marques Mendes começou por gabar o “grande resultado de António Costa” e acabou a dizer que os sociais-democratas sofreram “uma verdadeira humilhação em Lisboa e Porto”.
Já Paulo Rangel não quis discutir questões de liderança, mas foi claro: “Não há duvidas de que elas [lideranças] têm sempre responsabilidade, no fundo elas dirigem uma campanha nacional e, portanto, um conjunto de escolhas”.
Rui Rio, por seu turno, preferiu esperar em silêncio. Aliás, ao que o PÚBLICO apurou, nada dirá até ao conselho nacional do PSD, marcado para amanhã.