Os bons “amigos” dividiram os pontos

Empate sem golos entre Sporting e FC Porto em Alvalade. “Dragões” perdem primeiros pontos no campeonato, mas seguram a liderança da prova.

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LUSA/ANTONIO COTRIM

O FC Porto não acelerou na frente, o Sporting falhou a ultrapassagem. O primeiro “clássico” da época entre candidatos ao título deu um empate sem golos em Alvalade (0-0), em jogo a contar para a 8.ª jornada da Liga portuguesa. Depois de sete vitórias consecutivas, a equipa de Sérgio Conceição deixou em Alvalade os seus primeiros pontos, mas vai continuar na liderança, enquanto os homens de Jorge Jesus já vão no quarto jogo consecutivo sem ganhar em todas as competições, mantendo-se uma diferença de dois pontos entre as duas equipas.

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O FC Porto não acelerou na frente, o Sporting falhou a ultrapassagem. O primeiro “clássico” da época entre candidatos ao título deu um empate sem golos em Alvalade (0-0), em jogo a contar para a 8.ª jornada da Liga portuguesa. Depois de sete vitórias consecutivas, a equipa de Sérgio Conceição deixou em Alvalade os seus primeiros pontos, mas vai continuar na liderança, enquanto os homens de Jorge Jesus já vão no quarto jogo consecutivo sem ganhar em todas as competições, mantendo-se uma diferença de dois pontos entre as duas equipas.

Poucas vezes terá havido um “clássico” com um ambiente tão pacífico, mesmo estando em causa o primeiro lugar. Jorge Jesus e Sérgio Conceição, já se sabe, são amigos e há uma admiração mútua entre os dois. Já a proximidade entre Bruno de Carvalho e Jorge Nuno Pinto da Costa, dado o historial beligerante entre ambos, é uma coisa recente, mais institucional que pessoal, mas lá estavam eles, os dois dirigentes lado a lado na bancada presidencial. Mas não há amizade que resista quando há pontos para conquistar, e um título de campeão não se pode dividir por dois.

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Com as limitações anunciadas (Doumbia e Coentrão nem no banco estiveram), Jorge Jesus não surpreendeu em nada, com Bas Dost a regressar ao eixo do ataque “leonino” e Jonathan Silva a ocupar o lado esquerdo da defesa. Conceição também não fugiu muito ao habitual, mantendo-se Sérgio Oliveira no meio-campo e Layún na direita — Ricardo Pereira não foi a jogo e Maxi ficou no banco. Pelos jogos europeus a meio da semana, esperava-se um “clássico” de início intenso, pelo menos enquanto as equipas tivessem pernas, mas só uma foi intensa e focada desde o primeiro minuto. Essa equipa foi o FC Porto.

À equipa portista não interessava ter a bola a andar de um lado para o outro. Não é esse o seu estilo. Interessava-lhe recuperá-la o mais depressa possível e colocá-la nos jogadores da finalização. Brahimi estava em tarde sim na criação e foi ele o principal responsável pelos muitos apuros “leoninos”, encontrando sempre o sítio para meter a bola em Aboubakar ou Marega, os “ciclistas” do ataque portista, rapidíssimos e sempre com olhos na baliza. O Sporting, por seu lado, via jogar, não conseguia rematar e só ganhava cantos que não serviam para nada.

Os portistas tiveram muitas oportunidades para desequilibrar o marcador. Aos 18’, por exemplo, Aboubakar arrancou um remate perigoso já dentro da área, depois de um toque de calcanhar que deixou o camaronês na cara de Rui Patrício. No minuto seguinte, houve uma situação de superioridade numérica gritante num contra-ataque portista, mas das muitas coisas que podia ter feito com a bola, Herrera decidiu rematar de longe e muito por cima. Aos 22’, Brahimi obrigou Rui Patrício a aplicar-se, aos 40’, Patrício teve uma saída heróica aos pés de Aboubakar, aos 44’ Marega cabeceou à trave após cruzamento de Marcano. No meio disto tudo, a única vez que Casillas teve de trabalhar foi aos 43’, num cabeceamento não muito potente de William Carvalho.

Jesus podia ter a teoria na cabeça — e o técnico tinha dito que sabia como o FC Porto jogava quase tão bem como Sérgio Conceição —, mas estava a faltar a aplicação prática. O Sporting nem conseguia desenvolver o seu jogo a partir de trás e, depois, lateralizar. O plano B, o do pontapé para a frente e esperar que Dost ganhasse nas alturas, também não resultava — raras vezes o holandês ganhou um lance de cabeça. O FC Porto já estava a dever a si próprio outro resultado, mas não iria conseguir aguentar o ritmo, pelo menos não com a mesma intensidade, porque o domínio foi quase sempre seu.

Na segunda parte, os “dragões” afrouxaram um bocadinho e o Sporting conseguiu respirar e construir algumas jogadas de ataque. Gelson Martins foi tendo um pouco mais de espaço para correr com bola, mas sem uma situação de golo gritante. O mais perto que os “leões” estiveram do golo em todo o jogo foi aos 59’. Bruno Fernandes conseguiu roubar uma bola a Danilo Pereira e avançou para a área portista. Apenas com Casillas pela frente, atirou por cima. Pouco depois, acabaria por ser o primeiro sacrificado por Jesus, dando o lugar a Bruno César aos 62’ — o técnico “leonino” só iria voltar a mexer em cima do tempo de compensação, com a entrada de Podence para o lugar de Acuña.

O domínio portista na segunda parte foi menos evidente. As pernas dos seus jogadores também já estavam a sentir os efeitos da correria, mas, ainda assim, pertenceram aos homens de Sérgio Conceição as melhores hipóteses. E, neste período final, Rui Patrício voltou a fechar a sua baliza com um par de intervenções decisivas, enquanto Coates e Mathieu foram limpando tudo o que lhes aparecia. Empatar em casa de um rival directo é sempre saboroso, mas o FC Porto terá saído neste domingo de Alvalade com a sensação de ter perdido dois pontos.