Google separa comparador de preços do motor de busca para cumprir decisão de Bruxelas

Em Junho, a Comissão Europeia multou a empresa em 2420 milhões por abuso de posição dominante.

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O Google tinha até dia 28 de Setembro para evitar mais multas Reuters/Dado Ruvic

Um dia antes da data limite dada pela Comissão Europeia, o Google anunciou que o seu comparador de vendas online – o Google Shopping – deixa de ser o único a aparecer no topo dos resultados de pesquisa quando se procura um produto.

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Um dia antes da data limite dada pela Comissão Europeia, o Google anunciou que o seu comparador de vendas online – o Google Shopping – deixa de ser o único a aparecer no topo dos resultados de pesquisa quando se procura um produto.

Em Junho, o regulador europeu passou uma multa de 2420 milhões de euros ao Google – a maior de sempre num caso de abuso de posição dominante e que equivale a cerca de metade dos lucros da empresa no trimestre passado – por favorecer o seu próprio sistema de comparação de preços no motor de busca. A empresa tinha até ao dia 28 de Setembro para alterar a situação, caso contrário sofria uma multa adicional por cada dia em incumprimento, que podia chegar até 5% das receitas diárias da Alphabet (a empresa-mãe do Google).

O problema era que, ao pesquisar um produto no motor de busca, a página de resultados mostrava automaticamente uma lista com os respectivos preços acima dos resultados convencionais. A Comissão Europeia considerou a prática injusta por dissuadir o utilizador de utilizar outro sistemas de comparação e dar privilégio a marcas que pagavam ao Google para aparecer no seu sistema.

Por isso, com as novas alterações, qualquer comparador de vendas a funcionar no Espaço Económico Europeu ou na Suíça passa a aparecer no topo dos resultados do Google se pagar. Quem der mais, ganha o direito a uma das dez posições disponíveis. O sistema já está a funcionar em dezasseis países, incluindo Portugal.

A mudança não se irá reflectir noutras regiões. O Google continua a contestar abertamente as conclusões da Comissão Europeia. “Os nossos dados mostram que as pessoas geralmente preferem links que os enviam directamente aos produtos que querem [como o Google Shopping], e não a sites onde têm de voltar a pesquisar”, disse o responsável legal da empresa norte-americana, Kent Walker, logo após a acusação de Bruxelas.

Outra das críticas é os reguladores não considerarem sites como o eBay e a Amazon, que são sites de venda (e não apenas comparadores de preços) muito utilizados pelos consumidores para saber quanto custam os produtos.

Além do Google Shopping, a Comissão Europeia também está a investigar a utilização do sistema operativo móvel da empresa – o Android – para promover serviços e produtos do Google face aos de outras marcas.