Constança Urbano de Sousa pôs lugar à disposição, mas Costa recusou
Ministra da Administração Interna sempre afirmou que não se demitia enquanto o primeiro-ministro confiasse nela.
A ministra da Administração Interna "pôs o lugar à disposição" após a tragédia de Pedrógão Grande, revelou o primeiro-ministro António Costa, numa entrevista ao Correio da Manhã publicada nesta quarta-feira, em que reafirmou a confiança em Constança Urbano de Sousa e sublinhou que não tem "prevista nenhuma remodelação" do Governo.
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A ministra da Administração Interna "pôs o lugar à disposição" após a tragédia de Pedrógão Grande, revelou o primeiro-ministro António Costa, numa entrevista ao Correio da Manhã publicada nesta quarta-feira, em que reafirmou a confiança em Constança Urbano de Sousa e sublinhou que não tem "prevista nenhuma remodelação" do Governo.
“A ministra pôs o lugar à disposição, mas ficou porque eu assim entendi. A ideia de que os problemas se resolvem por se mudarem os ministros… os ministros alteram-se, mas os problemas mantêm-se”, afirmou Costa na entrevista.
Em declarações públicas, a ministra sempre afirmou que não se demitia enquanto tivesse a confiança do primeiro-ministro e justificava que a saída “seria a via mais fácil”.
“A culpa não pode morrer solteira, mas também pode morrer num casamento de conveniência”, disse ainda o líder do Governo. Também em relação a Azeredo Lopes, criticado pela gestão em relação ao caso do desaparecimento das armas de Tancos, Costa afirma que “se não estivesse satisfeito com a actuação dos membros do Governo, substituía-os”. “Eles existem para as boas e más horas”, reforçou.
“Não há nenhuma responsabilidade política”, descartou Costa sobre o caso de Tancos. “Eu nem sei, em bom rigor, se pode haver responsabilidade do comando da unidade. Uma coisa tenho a certeza: o ministro da Defesa não é responsável pela má qualidade do rancho que é servido, nem por haver uma falha de segurança num paiol”, continua. “Acho que este caso foi politicamente empolado”, argumentou o primeiro-ministro, que deixou claro que não tem intenção de fazer mudanças no Governo. "Não tenho prevista nenhuma remodelação."
Ainda sobre as relações com a oposição, Costa fala em ataques do PSD a instituições. “O PSD está capturado pela narrativa. Construiu uma narrativa assente no diabo e quando perde o diabo, fica perdido”, diz. Para o primeiro-ministro, o ataque dos sociais-democratas a instituições como a Protecção Civil e Forças Armadas “não é próprio de um partido com a história do PSD”.
Sobre as pensões o primeiro-ministro não deu pormenores, mas garante que haverá uma actualização.