Técnicos de diagnóstico e terapêutica marcam dois dias de greve em Outubro
É a terceira greve destes profissionais este ano. Marcada para os dias 12 e 13 de Outubro, pode ser prolongada “por tempo indeterminado".
Outubro arrisca-se a ser um mês com três greves na saúde. Depois das greves marcadas pelos médicos e pelos enfermeiros, os técnicos de diagnóstico e terapêutica convocaram uma paralisação para os dias 12 e 13 que pode ser prolongada "por tempo indeterminado", "caso tudo se mantenha na mesma."
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Outubro arrisca-se a ser um mês com três greves na saúde. Depois das greves marcadas pelos médicos e pelos enfermeiros, os técnicos de diagnóstico e terapêutica convocaram uma paralisação para os dias 12 e 13 que pode ser prolongada "por tempo indeterminado", "caso tudo se mantenha na mesma."
O Sindicato dos Técnicos Superiores de Saúde das Áreas de Diagnóstico e Terapêutica (STSS) decidiu avançar com o protesto "depois de desenvolvidos todos os esforços" para retomar as negociações com o Ministério da Saúde, "sem êxito", lê-se num comunicado enviado às redacções nesta terça-feira. Se depois dos dois dias de greve, o ministério não responder às reivindicações sindicais, estes técnicos voltam à paralisação no dia 19, "por tempo indeterminado".
Após uma greve "que terminou com a publicação das novas carreiras dos técnicos superiores das áreas de diagnóstico e terapêutica, o STSS faz um balanço profundamente negativo de todo o processo negocial” e diz que como primeiro ponto de discórdia está o facto de o Ministério das Finanças, “violando o acordo firmado com o STSS, em reunião de Conselho de Ministros ter imposto uma redução de 50% dos lugares do topo da carreira, impedindo a natural expectativa de progressão profissional”. Mais: “Ao não cumprir os acordos de Novembro de 2016 e Junho de 2017 está a desrespeitar-nos enquanto profissionais de saúde altamente qualificados.”
O sindicato diz que existirem “assimetrias profundas” na remuneração das carreiras na saúde que o ministério não corrige. Os nutricionistas, “com uma formação igual à dos técnicos de diagnóstico e terapêutica”, dizem, recebem mais 600 euros.
“Esta greve será a expressão da nossa mais profunda revolta contra o tratamento discriminatório a que estamos sujeitos há quase duas décadas”, afirmou Almerindo Rego, presidente do STSS, citado no comunicado.
Esta é a terceira greve convocada pelo sindicato este ano. A primeira aconteceu nos dias 21 e 22 de Junho, e seguiram-se outros seis dias de greve até 4 de Julho, em conjunto com outro sindicato do sector – o Sindite. Esta paralisação só terminou quando o Governo aprovou os diplomas que estabelecem as novas carreiras destes profissionais, nos termos que tinham sido acordados com os sindicatos no final do ano passado. Desde Dezembro de 2016 que era esperada a aprovação destes diplomas que criam a carreira especial de técnico superior das áreas de diagnóstico e terapêutica e da carreira de técnico superior das áreas de diagnóstico e terapêutica dos estabelecimentos E.P.E. (Entidades Públicas Empresariais).
Em causa estão mais de 20 profissões e cerca de dez mil profissionais de áreas como análises clínicas, radiologia, fisioterapia, farmácia ou cardiopneumologia.