PCP ainda não está satisfeito com a proposta de integração de precários

Comunistas querem que todos sejam integrados, mesmo os que não pediram. E que se mantenham os contratos dos que não forem vinculados ao quadro.

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Líder parlamentar do PCP falou sobre precários Pedro Elias

O Governo já cedeu em aceitar a integração de precários do Estado que trabalham apenas a tempo parcial aproximando-se das reivindicações dos parceiros de esquerda, mas o PCP considera que ainda há outros passos a dar, nomeadamente a integração de todos os trabalhadores com vínculo precário independentemente de terem pedido ou não a apreciação do seu processo.

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O Governo já cedeu em aceitar a integração de precários do Estado que trabalham apenas a tempo parcial aproximando-se das reivindicações dos parceiros de esquerda, mas o PCP considera que ainda há outros passos a dar, nomeadamente a integração de todos os trabalhadores com vínculo precário independentemente de terem pedido ou não a apreciação do seu processo.

“Foi identificado pelo Governo um universo de 116 mil trabalhadores precários e sabemos que os requerimentos abrangem apenas cerca de 30 mil, por isso continuamos a considerar que o Governo deve proceder à integração de todos independentemente de terem ou não requerido a apreciação do seu caso”, defendeu o líder da bancada do PCP, João Oliveira, à margem de uma arruada em Évora.

Além disso, os comunistas defendem que os contratos dos trabalhadores que não venham a ser integrados – porque não quiseram candidatar-se aos concursos ou porque não cumprem todos os requisitos – só devem terminar quando cessar o motivo que lhes deu origem, descreveu ainda o deputado, que acredita que a discussão das propostas no Parlamento poderá dar resposta a estas e outras discórdias entre a esquerda.

Sobre o facto de o PS ter ido ao encontro do BE e do PCP na matéria dos trabalhadores a tempo parcial, o dirigente comunista mostrou-se satisfeito e salientou que o partido se bateu para a integração de todos os trabalhadores nas negociações dos orçamentos para 2016 e 2017. Mas também disse que é preciso ainda “resolver outros problemas”. Entre eles está a questão da caducidade dos contratos dos trabalhadores que não vejam a sua situação regularizada. “Esses contratos [de pessoas que continuam a suprir necessidades laborais no aparelho estatal] não devem terminar. O processo de integração dos trabalhadores precários não deve redundar no despedimento de pessoas que fazem falta aos serviços”, argumentou.

O PCP entende ainda que a abertura de vagas nos mapas de pessoal seja feita também de acordo “com o que foi requerido pelos trabalhadores, abrindo-se as vagas respectivas que é preciso vincular”, afirmou João Oliveira.