Macron: "É a partir desta união económica e monetária que podemos criar uma Europa integrada”
Presidente francês proferiu um discurso esta segunda-feira e apresentou as suas propostas para a reforma da UE.
O Presidente fracês Emmanuel Macron discursou esta terça-feira na Sorbonne, em Paris, e expôs as suas propostas de reforma da União Europeia, falando de temas como a defesa, a imigração, o ambiente ou até a continuidade de Angela Merkel no poder na Alemanha.
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O Presidente fracês Emmanuel Macron discursou esta terça-feira na Sorbonne, em Paris, e expôs as suas propostas de reforma da União Europeia, falando de temas como a defesa, a imigração, o ambiente ou até a continuidade de Angela Merkel no poder na Alemanha.
Futuro da Europa: “Uma Europa mais fragilizada está hoje vulnerável perante as vagas da globalização”.
“O único caminho que garante o nosso futuro é a reconstrução de uma Europa que seja soberana, unida e democrática”.
Defesa: “No início da próxima década, a Europa deve ter uma força de intervenção conjunta, um orçamento de defesa comum e uma doutrina para a acção conjunta”.
“Devemos dotar a Europa de uma força de protecção civil conjunta”.
Imigração: “É apenas através da Europa que podemos proteger de forma eficiente as nossas fronteiras e receber aqueles que precisam de protecção de maneira condigna, e ao mesmo tempo enviar de volta aqueles que não têm direito ao asilo”.
“Temos de criar um organismo europeu para a concessão de asilo, que acelere e harmonize os nossos procedimentos”, defendeu, acrescentando que deseja a “criação gradual de uma polícia fronteiriça europeia”.
Ajuda ao desenvolvimento: “Não podemos continuar a olhar para África como uma ameaça, mas sim como um parceiro”, disse, defendendo que “a ajuda ao desenvolvimento deve ser aumentada”.
Ambiente: “Precisamos de um imposto sobre o carbono nas fronteiras da Europa. Isto é indispensável”. “Os estudos demostram que um preço do carbono abaixo dos 25/30 euros por tonelada não é eficiente”.
Revolução digital: A Europa precisa de “uma agência para a inovação disruptiva", defendeu. "Deixem-nos financiar a pesquisa em novas áreas como a inteligência artificial”, disse o líder gaulês. “Não podemos aceitar que existam empresas europeias que são taxadas e [empresas] internacionais que não são”.
Soberania económica: “Um poder económico duradouro só pode ser construído em torno de uma moeda única. É a partir desta união económica e monetária que podemos criar uma Europa integrada”.
“A questão fundamental não é um necanismo que solucionará, de forma mágica, todos os nosso problemas (…) não se trata de consolidar as dívidas passadas ou resolver os problemas financeiros de um país ou outro. O que está em jogo é reduzir o desemprego que afecta um em cada cinco jovens europeus”. Macron disse ainda que a Europa necessita de um orçamento próprio para “financiar investimentos conjuntos e garantir a estabilidade quando confrontados pelos choques económicos".
"Um orçamento só poder andar de mão dada com uma liderança política forte, comandada por um ministro comum e uma forte supervisão parlamentar ao nível europeu”.
O Presidente francês afirmou ainda que a Europa precisa de definir um salário mínimo que reflicta a realidade económica de cada país.
A Europa em 2014: “Nós precisamos de uma Europa que seja mais simples, mais transparente e menos burocrática”. “Simples, eficiente, protectivo, o mercado único deve tornar-se um espaço para a convergência em vez da competição”, defendeu.
“Nós não podemos continuar com uma Comissão [Europeia] de 30 membros, como se cada país tivesse os seus membros. Não faz sentido e não reflecte o projecto europeu. Uma Comissão de 15 membros deveria ser o nosso alvo”, explicou Macron, referindo-se a um contexto de uma Europa mais ampla.
Angela Merkel: “Nós partilhamos as mesmas ambições europeias e eu sei do compromisso dela em relação à Europa. Eu estou a propor à Alemanha uma nova parceria. Não vamos concordar em tudo, não imediatamente, mas vamos discutir tudo”, disse Macron sobre a chanceler alemã.
“Esta Europa que nos permitiu voltar as costas à guerra precisa de ser ambiciosa outra vez”, concluiu o Presidente francês.