Relatório sobre Tancos: acção de Azeredo Lopes foi "de ligeireza, quase imprudente"
Documento de serviços de informações militares aponta três cenários para o roubo de armamento.
Um relatório dos serviços de informações militares, a que o Expresso diz ter tido acesso, aponta os cenários “muito prováveis “ para o roubo de armamento em Tancos, revelado a 29 de Junho, e deixa duras críticas à actuação do ministro da Defesa Nacional, Azeredo Lopes.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Um relatório dos serviços de informações militares, a que o Expresso diz ter tido acesso, aponta os cenários “muito prováveis “ para o roubo de armamento em Tancos, revelado a 29 de Junho, e deixa duras críticas à actuação do ministro da Defesa Nacional, Azeredo Lopes.
Segundo o semanário, o “tráfico de armas para África, em concreto Guiné-Bissau ou Cabo-Verde, ou um assalto promovido por mercenários portugueses contratados, ou ainda por grupos jiadistas” são os três cenários apontados no relatório, enviado à Unidade Nacional de Contraterroristas (UNCT), da Polícia Judiciária, e aos Serviços de Informação e Segurança (SIS).
O relatório, elaborado em Julho, classifica o roubo como de “extrema gravidade” e é muito crítico em relação à acção do ministro da Defesa, Azeredo Lopes, considerada “de ligeireza, quase imprudente”, sendo-lhe apontadas “declarações arriscadas e de intenções duvidosas”. O relatório acusa ainda o governante de uma “atitude de arrogância cínica” na condução de todo o processo.
O chefe do Estado-Maior do Exército (CEME), general Rovisco Duarte, é acusado de ter assumido a responsabilidade pelo que aconteceu, “mas sem ter tirado consequências desse acto”. O general terá pedido a demissão do cargo, mas não terá sido aceite pelo Governo.
Recentemente, o ministro fez declarações polémicas sobre o assalto a Tancos, referindo que, “no limite, pode não ter havido furto nenhum”, o que o obrigou a prestar esclarecimentos no Parlamento.