António Costa desconhece "em absoluto" relatório das secretas

Primeiro-ministro e ministro da Defesa recusam comentar relatório sobre roubo de armas de guerra dos paióis de Tancos que aponta "intenções duvidosas" a Azeredo Lopes. BE aguarda "esclarecimentos cabais" e CDS/PP volta a pedir demissão do ministro.

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Furto de armas em Tancos continua por se explicar LUSA/PAULO NOVAIS

O primeiro-ministro, António Costa, disse este sábado desconhecer "em absoluto" o relatório dos serviços de informações militares sobre o furto de armas em Tancos e recusou comentar o assunto em detalhe por o país estar "no meio de uma campanha eleitoral".

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O primeiro-ministro, António Costa, disse este sábado desconhecer "em absoluto" o relatório dos serviços de informações militares sobre o furto de armas em Tancos e recusou comentar o assunto em detalhe por o país estar "no meio de uma campanha eleitoral".

"Obviamente que não vou tratar assuntos desta relevância no meio de uma campanha eleitoral. A única coisa que queria dizer é que desconheço em absoluto esse relatório", vincou Costa. No mesmo sentido, fonte do gabinete de Azeredo Lopes recusou quaisquer comentários sobre este documento. 

O Expresso noticia que um relatório dos serviços de informações militares sobre o furto de armas em Tancos "arrasa ministro e militares". De acordo com o jornal, a gestão do titular da pasta da Defesa, Azeredo Lopes, foi de "ligeireza, quase imprudente" e o general Rovisco Duarte, Chefe do Estado-Maior do Exército, apesar de ter assumido a responsabilidade, "não terá tirado consequências".

Por seu turno, a presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, considerou que o ministro da Defesa "não esteve à altura das suas responsabilidades" e "do cargo que desempenha" no caso do desaparecimento de armas de guerra em Tancos.

"Este relatório vem confirmar aquilo que foi sempre a preocupação e a linha do CDS, quando afirmou que o ministro da Defesa não esteve à altura do seu lugar e das suas responsabilidades", afirmou aos jornalistas, adiantando que o partido "não mudou de opinião" quanto à demissão de Azeredo Lopes, que "naturalmente tem de ser responsabilizado por esta situação".

Para a líder centrista, que falava durante uma acção de campanha para a Câmara de Lisboa, "este relatório parece confirmar que este caso foi tratado com uma imensa ligeireza, com uma grande falta de responsabilidade e com uma grande incapacidade de reacção ao nível que seria exigível e desejável para um estado de direito que é Portugal".

Já a coordenadora do BE, Catarina Martins, disse continuar "a aguardar esclarecimentos cabais do Governo" sobre o furto de armas em Tancos, mas escusou-se a comentar o relatório dos serviços informações militares sobre o caso. “Não posso comentar um relatório que não conheço. O relatório é secreto, é dos serviços de informações, há notícias sobre o relatório, mas nós não conhecemos o relatório. Sobre essa matéria não posso dizer absolutamente nada", respondeu Catarina Martins aos jornalistas durante uma acção de campanha autárquica em Amarante, distrito do Porto.

O BE continua, de acordo com a líder, "a aguardar esclarecimentos cabais do Governo" e insiste que "todas as consequências devem ser retiradas", até porque "ainda está muito por esclarecer".