Morreu Charles Bradley, o cantor de soul que andou escondido demasiado tempo
Foi descoberto tarde, em 2011, já aos 62 anos, e chegou a actuar em Portugal. O cantor norte-americano morreu este sábado.
O cantor de soul norte-americano Charles Bradley morreu este sábado, aos 68 anos, devido a um cancro no estômago diagnosticado no final do ano passado. A notícia foi avançada na página oficial do cantor no Facebook, onde é referido que o artista se sentia “genuinamente grato pelo amor que recebeu de todos os seus fãs”. A sua carreira enquanto músico tinha começado tarde — em 2011, tinha ele 62 anos — com o álbum de estreia intitulado No Time for Dreaming.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
O cantor de soul norte-americano Charles Bradley morreu este sábado, aos 68 anos, devido a um cancro no estômago diagnosticado no final do ano passado. A notícia foi avançada na página oficial do cantor no Facebook, onde é referido que o artista se sentia “genuinamente grato pelo amor que recebeu de todos os seus fãs”. A sua carreira enquanto músico tinha começado tarde — em 2011, tinha ele 62 anos — com o álbum de estreia intitulado No Time for Dreaming.
Nascido em Gainsville, na Flórida, em 1948, Bradley esperou de facto uma vida inteira para cumprir o sonho de uma carreira na música. Sonho esse que vinha desde que, aos 14 anos, viu um concerto de James Brown no Apollo, a mítica sala de concertos no bairro nova-iorquino de Harlem. Depois disso viveu nas ruas de Nova Iorque, foi cozinheiro, canalizador, carpinteiro, engraxador. “Mas a música esteve comigo toda a vida”, dizia ao PÚBLICO em 2011.
"Esperei tanto tempo por uma oportunidade. Procurei-a e procurei-a honestamente, porque sabia que iria chegar. Não sabia quando ou porquê, mas ela chegaria”, confessou ainda, na sua característica voz rouca, a mesma que, cantada, era emoção em bruto.
O cancro obrigou-o a cancelar concertos, alguns deles em Portugal. No entanto, e antes da doença, Bradley chegou a actuar no nosso país, a última delas em 2015, em Paredes de Coura. Depois de ter sido descoberto pela editora Daptone Records em 2011, o que lhe permitiu a sua entrada oficial no mundo da música, Bradley editou Victim of Love (2013) e Changes (2016). As suas prestações ao vivo e o seu repertório soul funk convocavam não só a sua referência James Brown mas também figuras como Otis Redding e Al Green.
Para contar a sua história foi lançado em 2012 o documentário Charles Bradley: Soul of America, realizado por Poull Brien naquela que foi a sua primeira longa-metragem. O documentário acompanha o cantor nas semanas que antecederam o concerto de lançamento do seu álbum de estreia entre o estúdio, os palcos e tudo além disso.