Irão promete reforçar capacidades do país no lançamento de mísseis

Rouhani garante que Teerão não deixará de reforçar o poder militar como instrumento dissuasor.

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O Presidente do Irão lembrou a posição assumida por Trump nas Nações Unidas Reuters/STEPHANIE KEITH

Sem pôr em causa o acordo que suspende o desenvolvimento do programa nuclear iraniano, Teerão avisa que vai reforçar as suas capacidades em matéria de mísseis balísticos. Num claro recado dirigido aos Estados Unidos num momento de tensão crescente com Donald Trump, o Presidente iraniano afirmou nesta sexta-feira que não pedirá permissão a nenhum país para aumentar o poder militar do país.

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Sem pôr em causa o acordo que suspende o desenvolvimento do programa nuclear iraniano, Teerão avisa que vai reforçar as suas capacidades em matéria de mísseis balísticos. Num claro recado dirigido aos Estados Unidos num momento de tensão crescente com Donald Trump, o Presidente iraniano afirmou nesta sexta-feira que não pedirá permissão a nenhum país para aumentar o poder militar do país.

Depois de Trump ter escolhido Teerão, no seu discurso nas Nações Unidas esta semana, como um dos principais alvos da sua política externa, Hassan Rouhani volta a deixar um aviso aos Estados Unidos. “Vamos aumentar o nosso poder militar como elemento dissuasor. Vamos reforçar as nossas capacidades no plano balístico. Não pediremos autorização a ninguém para defender o nosso país”, avisou Rouhani, numa parada das Forças Armadas na capital iraniana.

O Presidente da república islâmica não deixou de lembrar a posição norte-americana esta semana em Nova Iorque. “Todos os países no mundo apoiaram o acordo nuclear na Assembleia-Geral das Nações Unidas, excepto os Estados Unidos e o regime sionista [Israel] ”, afirmou, citado pela Reuters.

Rouhani já afirmara em plena Assembleia-Geral, na quarta-feira, que o Irão não pretende violar o acordo assinado em 2015 com seis potências mundiais (Estados Unidos, França, Reino Unido, China, Rússia e Alemanha), que levou ao congelamento de todas as actividades da república islâmica relacionadas com o programa nuclear.

deixou explícita as críticas ao Presidente norte-americano por Washington não esconder a vontade de romper com o compromisso – que Trump considera um “mau negócio” e “uma vergonha para os Estados Unidos” –, afirmando que “seria uma grande pena que este acordo fosse destruído por mal-intencionados acabados de chegar ao mundo da política internacional”.

No acordo assinado em Julho de 2015, Teerão comprometeu-se a congelar o seu programa nuclear e a receber inspecções internacionais em troca do levantamento de sanções económicas, algo que o director-geral da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) garante estar a ser cumprido pelo país. O Departamento de Estado norte-americano tem de notificar o Congresso sobre o comportamento do Irão de três em três meses e a próxima avaliação acontece em Outubro.

Teerão tem dito que se os Estados Unidos insistirem em impor sanções contra o o país, comprometendo o acordo de 2015, não excluiu reactivar o seu programa. E se isso acontecer, avisou Hassan Rouhani há pouco mais de um mês, tem capacidade para fazê-lo “num curto espaço de tempo” – não de meses, semanas ou dias, mas no “prazo de algumas horas”.