Dados da economia revistos em alta: PIB cresceu 3% no segundo trimestre
INE voltou a rever em alta a estimativa de crescimento económico, depois de apontar para subida de 2,8% e de 2,9%.
É já a segunda vez em pouco mais de um mês que o Instituto Nacional de Estatística (INE) revê em alta as estimativas para a economia portuguesa. Afinal, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 3% no segundo trimestre em relação ao mesmo período do ano passado, acima dos dois primeiros valores conhecidos em Agosto.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
É já a segunda vez em pouco mais de um mês que o Instituto Nacional de Estatística (INE) revê em alta as estimativas para a economia portuguesa. Afinal, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 3% no segundo trimestre em relação ao mesmo período do ano passado, acima dos dois primeiros valores conhecidos em Agosto.
A nova estimativa, divulgada nesta sexta-feira pelo INE, confirma que a economia cresceu acima dos 2,8% anunciados a 14 de Agosto (que eram ainda uma estimativa provisória) e também acima da segunda estimativa, de 2,9%, conhecida a 31 de Agosto.
O novo número foi conhecido ao serem publicadas agora as Contas Nacionais Trimestrais por Sector Institucional e aproxima-se do cenário que o ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, tinha colocado como uma “possibilidade” ainda antes do INE divulgar a seu primeiro valor, a de que a economia poderia estar a crescer acima de 3%.
Na variação em cadeia, ou seja, quando se olha para a evolução da economia no segundo trimestre em relação ao comportamento no trimestre anterior, o crescimento do PIB foi de 0,3% (neste caso sem diferença face à estimativa arredondada já conhecida), continuando assim a ser inferior ao crescimento em cadeia de 0,9% registado no primeiro trimestre (na comparação entre os meses de Janeiro a Março com o que aconteceu nos três meses imediatamente anteriores).
As contas finais de 2015 foram também revistas em alta, com o PIB desse ano a registar um valor de 179.809 milhões de euros, o que corresponde a um crescimento real de 1,8% comparativamente com o ano de 2014. “Este resultado final representa uma revisão em alta do PIB de 305 milhões de euros (0,2%) relativamente à anterior estimativa”, revela o INE.
A economia portuguesa de Abril a Junho deste ano correspondeu a 44.617,6 milhões de euros. Significa isso que o PIB foi 146 milhões superior ao valor dos três primeiros meses do ano e que registou um desempenho superior aos meses de Abril a Junho de 2016 em 1297 milhões de euros.
Os dados conhecidos hoje permitem perceber com mais algum detalhe como é que evoluíram as várias componentes da economia. No caso das famílias, a capacidade de financiamento estabilizou. Foi essa a evolução, explica o INE, porque houve também uma estabilização da poupança. E esta, por sua vez, estabilizou sobretudo porque o aumento na despesa de consumo foi semelhante ao aumento que se verificou no rendimento disponível das famílias.
A taxa de poupança (a parte do rendimento disponível que as famílias não usam em consumo) ainda permanece em níveis historicamente baixos. O seu valor estabilizou em relação aos níveis do primeiro trimestre, continuando a corresponder a 5,2% do rendimento disponível. O valor compara com uma taxa de 5,5% um ano antes, 5% na mesma altura de 2015, 6,5% em igual período de 2014 e 9,1% em 2013.
As estatísticas do INE permitem perceber o que influenciou o crescimento do rendimento disponível naqueles três meses específicos, de Abril a Junho deste ano. A razão principal, diz o INE, tem a ver com a “diminuição em 7,7% dos impostos sobre o rendimento pagos pelas famílias e do aumento de 1,1% das remunerações recebidas, que mais que compensaram a redução dos rendimentos líquidos de propriedade”. Há uma razão para a redução dos impostos – a antecipação dos reembolsos do IRS, cujos prazos de devolução aos contribuintes foram mais curtos este ano, sobretudo por causa da entrada em vigor do IRS Automático para 800 mil contribuintes com situações fiscais mais simples. Este efeito, antecipa o INE, “tenderá a ser compensado no trimestre seguinte”.