Envelhecimento: Marcelo pede à comunidade internacional que não dê “muito poder” às Finanças

Marcelo Rebelo de Sousa esteve na conferência promovida pelas Nações Unidas e não deixou de dar o seu exemplo sobre como nunca é tarde para descobrir novas actividades, o que no caso dele foi alcançado “com a ajuda dos portugueses”, que lhe deram o voto.

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O Presidente da República apelou nesta quinta-feira à comunidade internacional para que não dê “muito poder a quem toma as decisões financeiras”. “Eles já têm muito poder”, justificou Marcelo Rebelo de Sousa aos responsáveis de mais de 35 países que estão reunidos em Lisboa na Conferência Ministerial sobre o Envelhecimento, promovida pela Comissão Económica das Nações Unidas para a Europa (UNECE).

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O Presidente da República apelou nesta quinta-feira à comunidade internacional para que não dê “muito poder a quem toma as decisões financeiras”. “Eles já têm muito poder”, justificou Marcelo Rebelo de Sousa aos responsáveis de mais de 35 países que estão reunidos em Lisboa na Conferência Ministerial sobre o Envelhecimento, promovida pela Comissão Económica das Nações Unidas para a Europa (UNECE).

“Tentemos ser mais sociais”, exortou Marcelo. Embora ressalvando que "sem um orçamento equilibrado é impossível viver", apelou aos ministros da área social para que se batam por verbas em Conselho de Ministros.

Antes, o Presidente da República considerara que há hoje condições, com o final da crise, para que “a Declaração de Lisboa seja um pouco mais optimista” do que a estratégia para o envelhecimento definida há cinco anos pela UNECE.

A Declaração de Lisboa, que será apresentada nesta sexta-feira, incluirá as listas orientadoras de actuação dos Estados-membros para os próximos cinco anos.

Na capital portuguesa estão reunidos os ministros responsáveis pela área do envelhecimento dos estados que integram a UNECE, além de outras entidades relevantes, como as Nações Unidas, a Comissão Europeia e a Organização Internacional do Trabalho.

“A Declaração de Lisboa vai abrir um novo ciclo histórico sobre um tema fundamental”, que é o envelhecimento, frisou Marcelo Rebelo de Sousa, lembrando que em Portugal a proporção da população com mais de 65 anos irá passar de 20% para 26% nos próximos 15 anos. Esta mudança exige mais do que uma abordagem económica-financeira, antes uma “abordagem humana”, que garanta “qualidade de vida e dignidade humana”, disse.

O exemplo de Marcelo

Marcelo deu o seu próprio exemplo para garantir que aos 68 anos é possível “descobrir novas actividades”, o que no caso dele foi alcançado “com a ajuda dos portugueses”, que lhe deram o voto.

O Presidente da República falou no final do painel intitulado “Reconhecer o Potencial das Pessoas Idosas”, onde intervenientes de vários países sublinharam a importância da solidariedade inter-geracional.

Da Alemanha, Elke Ferner, do Ministério Federal para os Assuntos da Família, Idosos, Mulheres e Jovens, destacou a importância da cooperação entre o Governo e os municípios para fazer face aos novos desafios do envelhecimento, já que é a nível local que se podem melhor detectar “as condições de vida desiguais” em que vivem muitos idosos. “Vários municípios estão em risco de não poder assegurar os apoios sociais aos idosos no futuro”, alertou.

Josh Collett, vice-presidente de uma organização não governamental dos Estados Unidos, referiu que um dos temas mais prementes no que respeita à definição de políticas públicas é o de “dar valor aos que cuidam de idosos”. Nos Estados Unidos “serão cerca de 40 milhões de pessoas, o que, traduzido em remuneração, significa uma soma de 400 mil milhões de dólares”, especificou.