Lumière, Melville, Desplechin, pinguins e Django: todos à Festa do Cinema Francês

Edição 2017 começa dia 5 em Lisboa e passa por 12 cidades até 12 de Novembro.

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Lumière! A Aventura Começa, documentário de Thierry Frémaux sobre os irmãos que "fundaram" o cinema, abre a Festa do Cinema Francês 2017 DR

É à sombra da história do cinema que a Festa do Cinema Francês arranca em 2017: com a presença de Thierry Frémaux e Lumière! A Aventura Começa. O documentário que o director do festival de Cannes dedicou aos irmãos Lumière, “inventores” do cinema moderno, restaurando e comentando uma selecção de imagens filmadas entre 1895 e 1905, é o filme de abertura oficial da 18.ª mostra da produção francófona. Vai ser dia 5, pelas 21h, no Cinema São Jorge, dando o “pontapé de saída” para o périplo nacional que irá estender-se por 12 cidades até 12 de Novembro.

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É à sombra da história do cinema que a Festa do Cinema Francês arranca em 2017: com a presença de Thierry Frémaux e Lumière! A Aventura Começa. O documentário que o director do festival de Cannes dedicou aos irmãos Lumière, “inventores” do cinema moderno, restaurando e comentando uma selecção de imagens filmadas entre 1895 e 1905, é o filme de abertura oficial da 18.ª mostra da produção francófona. Vai ser dia 5, pelas 21h, no Cinema São Jorge, dando o “pontapé de saída” para o périplo nacional que irá estender-se por 12 cidades até 12 de Novembro.

Com Frémaux, que estará presente na sessão de abertura em antecipação à estreia nacional do filme (a 12 de Outubro), vêm também o escritor e realizador Laurent Grousset, sobrinho de Jean-Pierre Melville, e o realizador Arnaud Desplechin, para completar um hat-trick no primeiro fim-de-semana. Desplechin é o “padrinho” da edição 2017, trazendo na bagagem o seu mais recente filme, Os Fantasmas de Ismael, com Marion Cotillard, Charlotte Gainsbourg e Mathieu Amalric, que fez a abertura de Cannes em Maio (e que se estreará entre nós também a 12 de Outubro), e um pequeno ciclo de quatro outros filmes que incluem Reis e Rainha e três títulos inéditos em Portugal (La Sentinelle, Comment je me suis disputé… (ma vie sexuelle) e Léo en jouant “Dans la compagnie des hommes”). Grousset é o presidente da fundação estabelecida este ano para comemorar o centenário do nascimento de Melville, um dos mais influentes cineastas franceses da segunda metade do século XX, autor de clássicos como Ofício de Matar, O Exército das Sombras ou O Segundo Fôlego e alvo de uma retrospectiva integral a partir de dia 7 na Cinemateca Portuguesa.

O Institut Français de Portugal, organizador do ciclo, apresentou a programação ao fim da tarde desta quinta-feira. Na habitual selecção de ante-estreias, que este ano serão projectadas nos cinemas São Jorge e UCI El Corte Inglés, destaca-se desde logo O Imperador, com o qual Luc Jacquet dá uma “sequela” ao imensamente popular A Marcha dos Pinguins, Óscar de melhor documentário em 2006. A festa mostra ainda Melodias de Django, o filme biográfico de Étienne Comar sobre o guitarrista Django Reinhardt que fez a abertura do festival de Berlim; Rock’n’roll, comédia semi-auto-biográfica de Guillaume Canet com a esposa Marion Cotillard; Le fils de Jean, o mais recente título de Philippe Lioret (realizador de Welcome); ou Gauguin, sobre a vida no Taiti do artista francês em finais do século XIX (com Vincent Cassel no papel de Gauguin). 

Um destaque especial vai para as escolhas de documentário: Le Concours, de Claire Simon, sobre os exames de acesso à escola de cinema parisiense La FEMIS; 12 jours, o mais recente documentário do repórter e fotógrafo Raymond Depardon, que se debruça sobre o internamento compulsivo por motivos psiquiátricos tal como é entendido pela lei francesa; e L’Assemblée, de Mariana Otero, que acompanha o movimento popular Nuit debout. Simon e Otero virão a Portugal apresentar os filmes.

À imagem do que aconteceu no ano passado, haverá uma escolha de sete filmes feita pela ACID – Agência para a Difusão do Cinema Independente entre os quais se destaca a nova realização do actor Vincent Macaigne (herói independente no IndieLisboa em 2016), Pour le réconfort. A festa recebe ainda uma exposição de fotografias de Renaud Monfourny, editor de fotografia da revista Les Inrockuptibles: Lights, Camera, Action!, uma escolha de retratos de figuras do cinema português e francês patente para ver a partir desta quinta-feira e até 4 de Novembro na Plataforma Revólver, em Lisboa,

Em simultâneo com Lisboa (5 a 15 de Outubro), a festa estende-se ao resto do país: em Outubro chega a Almada (11 a 15, Forum Romeu Correia), Cascais (12 a 15, O Cinema da Villa), Coimbra (17 a 22, Teatro Académico de Gil Vicente), Leiria (19 a 21, Teatro Miguel Franco) e Porto (23 a 29, Teatro Municipal Rivoli), em Novembro para Faro (7 a 10, Teatro das Figuras), Beja (7 a 11, Pax Julia), Viana do Castelo (8 e 9, Teatro Sá de Miranda), Seixal (8 a 11, Forum Cultural) e Setúbal (10 a 12, Charlot). A programação completa está no site habitual, www.festadocinemafrances.com .