Pedrógão: Donativos colocam reconstrução de 189 casas “em andamento”

Três meses depois do incêndio em Pedrógão Grande e de críticas à gestão dos donativos, a Segurança Social esclarece que o fundo público Revita conta com dois milhões de euros e que estão a ser recuperadas, para já, 189 habitações.

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Os incêndios de Junho fizeram 64 mortos e destruíram habitações e terrenos Paulo Pimenta

Está “em andamento” a reconstrução de 189 casas de primeira habitação afectadas pelo incêndio de Pedrógão Grande, numa série de empreitadas possibilitadas pelos donativos de empresas e de particulares reunidos no Revita, fundo gerido pelo Governo que conta com cerca de dois milhões de euros.

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Está “em andamento” a reconstrução de 189 casas de primeira habitação afectadas pelo incêndio de Pedrógão Grande, numa série de empreitadas possibilitadas pelos donativos de empresas e de particulares reunidos no Revita, fundo gerido pelo Governo que conta com cerca de dois milhões de euros.

Segundo dados disponibilizados pela Segurança Social, num balanço dos três meses do fundo, das 199 casas que serão recuperadas com os apoios do fundo, 95% têm “obras em projecto, em consulta de preço, adjudicação” ou consignadas. E, dessas, há já 19 casas concluídas e 30 com obras em execução

Depois de terem sido feitas críticas à aplicação das verbas angariadas, a Segurança Social reitera que o fundo é gerido em “estreita articulação com os municípios afectados” e com as instituições de solidariedade social da região. Os donativos em dinheiro, lê-se num comunicado enviado este sábado às redacções, ultrapassam agora os dois milhões de euros (2.034.309 euros) e destinam-se sobretudo à “reconstrução das habitações afectadas” e ao “apoio aos agricultores”.

O comunicado indica que as casas a recuperar e reconstruir localizam-se não só nos três concelhos mais afectados (Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pera) mas também nos municípios vizinhos de Góis, Pampilhosa, Sertã e Penela. Para uma “maior eficiência” na gestão dos donativos, lê-se ainda, foram firmados protocolos com entidades como a Cáritas Diocesana de Coimbra e com a Fundação Calouste Gulbenkian, que agregaram e gerem outros donativos privados.

Reconstruções integrais

Para além dos protocolos de cooperação, o fundo Revita “tem directamente a seu cargo a reabilitação de 56 casas” que correspondem, na maioria, a reconstruções integrais. Até agora, há 23 processos “em condições de passagem à fase de pagamento”.

Além dos donativos feitos por cidadãos, são 30 as entidades que contribuíram para o fundo Revita, incluindo empresas como a Fnac, TAP, Ikea, Essilor, ANA e vários bancos.

O incêndio de Pedrógão Grande deflagrou há precisamente três meses, a 17 de Junho, e causou 64 mortos e mais de 200 feridos.

Desde então, têm sido levantadas dúvidas em relação ao destino dado aos donativos que foram reunidos para ajudar as vítimas. O Governo esclareceu que só gere um fundo, o Revita, e que houve dinheiro doado a outras entidades. No início do mês, o primeiro-ministro António Costa referiu que chegaram a ser prometidos 4,9 milhões de euros para o fundo, mas que o dinheiro recebido até então não atingia metade desse valor.

Sobre a aplicação das verbas doadas, a secretária de Estado da Segurança Social, Cláudia Joaquim, garantiu que o Governo gere o fundo de acordo "com as regras públicas de transparência e de prestação de contas".