Passos diz que Governo deu razão a Cavaco e que “retóricas mentirosas têm perna curta”

Cavaco disse que "a realidade acaba por derrotar sempre a ideologia" e os partidos da esquerda demoraram "duas semanas a dar-lhe razão", defende o líder do PSD.

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Passos Ceolho andou pela zona de Trás-os-Montes LUSA/MANUEL ARAUJO

O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, afirmou hoje que o Governo "demorou duas semanas a dar razão" ao ex-Presidente da República Cavaco Silva e defendeu que "as retóricas mentirosas" têm um prazo de validade curto.

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O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, afirmou hoje que o Governo "demorou duas semanas a dar razão" ao ex-Presidente da República Cavaco Silva e defendeu que "as retóricas mentirosas" têm um prazo de validade curto.

Na apresentação da candidatura de Nuno Gonçalves (apoiado por PSD e CDS-PP) à Câmara Municipal de Torre de Moncorvo, Passos Coelho recordou a intervenção de Cavaco Silva na Universidade de Verão do PSD, quando este disse que "a realidade acaba por derrotar sempre a ideologia" e foi então criticado por todos os partidos à esquerda.

"Demoraram duas semanas a dar-lhe razão", afirmou, apontando como exemplos afirmações do ministro Pedro Marques de que não há folga, do ministro das Finanças que chamou a atenção para as metas orçamentais e do próprio primeiro-ministro, que diz ser necessário prosseguir o caminho "com equilíbrio".

Passos Coelho salientou que esse equilíbrio "já existia em 2015", e lamentou que tivesse demorado dois anos para que "António Costa desmentisse as críticas que se faziam ao governo do PSD e do CDS quando tomaram medidas difíceis para pôr a economia nos carris".

"Em política, mais dia menos dia as retóricas mentirosas têm perna curta e sempre se vê aquilo que acontece. A verdade é como o azeite, vem sempre ao de cima", afirmou, reiterando que a primeira metade da legislatura foi tempo perdido.

O líder do PSD referiu-se ainda à entrevista do primeiro-ministro ao Diário de Notícias, em que António Costa falou da actual situação da geringonça: "Se me disser que o PCP e o Bloco gostavam que fossemos ainda mais longe eu digo-lhe que também eu gostava. Agora, tenho a certeza de que se o Jerónimo de Sousa ou a Catarina Martins estivessem aqui na minha função porventura iriam tão longe quanto aquilo que nós temos ido".

Esta afirmação foi, contudo, contrariada pela coordenadora do BE, com Catarina Martins a defender que a execução orçamental de 2016 mostra que era possível "ter ido mais longe" em sectores essenciais.

"O BE é uma fonte de animação política nesta campanha", ironizou Passos Coelho, considerando que as críticas do Bloco sobre a falta de investimento vão ao encontro das que foram feitas por PSD e CDS-PP e que foram na altura classificadas como ressabiamento pelos partidos da ‘geringonça'.

Considerando que o tempo fez com que até o BE viesse "dar razão" às críticas dos sociais-democratas sobre a falta de investimento, Passos deixou um lamento. "O tempo que perdemos, o dinheiro que desperdiçámos apenas porque o dr. António Costa quis construir uma geringonça com BE e PCP apenas para chegar ao Governo", disse.