Medo, paranóia, palhaços e abelhas
American Horror Story: Cult é a sétima temporada da série criada por Ryan Murphy e que estreia terça-feira na Fox. Tudo começa na noite das eleições que levaram Donald Trump à presidência.
Quando Ryan Murphy anunciou que a sétima temporada da série de antologia American Horror Story (AHS) iria lidar directamente com as eleições norte-americanas que colocaram Donald Trump na presidência, e tendo em conta o historial da série, talvez o argumento passasse por influências sobrenaturais (em vez de serem russos) na política americana, por alguma coisa que metesse fantasmas ou extraterrestres ou vampiros ou uma Casa Branca habitada por demónios de cabelo amarelo. Mas não há nada de sobrenatural em AHS: Cult, que estreia nesta terça-feira na Fox (23h10). Há a retórica do medo de um lado e a paranóia alucinatória do outro. Também há palhaços. E abelhas.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Quando Ryan Murphy anunciou que a sétima temporada da série de antologia American Horror Story (AHS) iria lidar directamente com as eleições norte-americanas que colocaram Donald Trump na presidência, e tendo em conta o historial da série, talvez o argumento passasse por influências sobrenaturais (em vez de serem russos) na política americana, por alguma coisa que metesse fantasmas ou extraterrestres ou vampiros ou uma Casa Branca habitada por demónios de cabelo amarelo. Mas não há nada de sobrenatural em AHS: Cult, que estreia nesta terça-feira na Fox (23h10). Há a retórica do medo de um lado e a paranóia alucinatória do outro. Também há palhaços. E abelhas.
Tudo começa na noite das eleições americanas de 2016, o que, por si só, seria uma história americana de terror, mas AHS: Cult não irá só por aí. Vai colocar, de forma nada subtil, um pró-Trump com cabelo azul (Evan Peters) e de discurso inflamado e beligerante contra uma lésbica liberal (Sarah Paulson) a quem a eleição de Trump intensifica o seu medo irracional em relação a palhaços. Estas serão as personagens centrais da série, mas este não será um preto e branco assim tão simples, porque AHS não é uma série de terror como as outras. Há sempre um twist qualquer – quem não viu, pode sempre descobrir cinco das seis temporadas anteriores que estão disponíveis no serviço de streaming Netflix.
AHS já tem mais duas temporadas garantidas, ou não fosse Ryan Murphy um dos criadores/produtores mais poderosos da televisão norte-americana – Nip/Tuck, Glee, American Crime Story, são algumas das suas criações. E é um formato cada vez mais popular, o de séries com temporadas fechadas e sem relação directa umas com as outras, e quase sempre com elencos diferentes – Fargo e True Detective são outros exemplos.
Para além de pormenores mais ou menos explícitos que ligam todas as temporadas, Murphy recorre a muitos dos mesmos actores de terrores passados, como Paulson e Peters. Infelizmente ainda não é desta que regressa a grande Jessica Lange, nem as suas fantásticas criações ou os seus singulares números musicais. É procurar no YouTube as seguintes combinações: Jessica Lange + The Name Game; Jessica Lange + David Bowie; Jessica Lange + Lana del Rey.