Trump insiste nos "dois lados" da violência antes de promulgar resolução a condenar extrema-direita
O Presidente norte-americano disse estar “feliz” por assinar o documento que condena o “ódio, sectarismo e racismo em todas as suas formas”. Horas antes, Trump voltava a criticar os dois lados da violência nos confrontos de Charlottesville.
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, promulgou na quinta-feira uma resolução do Congresso a condenar os supremacistas brancos na sequência da morte de uma activista anti-racismo em Charlottesville, em Agosto. Horas antes, Trump voltava a dizer que a culpa da violência na cidade norte-americana era dos dois lados, tal como fizera alguns dias depois dos confrontos.
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O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, promulgou na quinta-feira uma resolução do Congresso a condenar os supremacistas brancos na sequência da morte de uma activista anti-racismo em Charlottesville, em Agosto. Horas antes, Trump voltava a dizer que a culpa da violência na cidade norte-americana era dos dois lados, tal como fizera alguns dias depois dos confrontos.
Em relação aos anti-fascistas, Trump disse que havia “alguns tipos muito maus” e que, “ao olhar para o que aconteceu desde Charlottesville, muitas pessoas estão a dizer e escreveram ‘Ena, o Trump pode ter razão’”, afirmou, citado pela BBC. “Eu disse que havia algumas pessoas muito más do outro lado também”, referiu, durante a viagem de regresso de avião depois de visitar a cidade de Naples, afectada pelo furacão Irma e também depois de se encontrar com o senador da Carolina do Sul, Tim Scott, que condenara os seus comentários depois dos confrontos no estado da Virgínia.
Charlottesville foi palco, a 12 de Agosto, de confrontos violentos entre membros Ku Klux Klan e outros militantes supremacistas brancos, que se opunham à remoção de uma estátua do general Robert E. Lee, e numerosos manifestantes anti-racismo.
Donald Trump suscitou o espanto entre a classe política norte-americana por um comentário ambíguo alguns dias depois. “Penso que há erros dos dois lados”, afirmava o Presidente dos EUA, referindo-se aos membros de extrema-direita que convocaram a manifestação para a pequena cidade do estado de Virgínia e aos manifestantes que lá se reuniram para os denunciar. Ainda que Donald Trump tenha condenado os ataques racistas num discurso solene feito na Casa Branca, as suas posições ambíguas causaram alguma controvérsia.
Já a resolução assinada nesta quinta-feira “rejeita os nacionalistas brancos, os supremacistas brancos, o Ku Klux Klan, os neonazis e os outros grupos que defendem o ódio”, segundo se lê num comunicado da Casa Branca.
O Presidente dos Estados Unidos garantiu, num outro comunicado da Casa Branca, que estava “feliz” por assinar o texto, acrescentando: “Enquanto americanos, condenamos os recentes actos de violência em Charlottesville e opomo-nos ao ódio, ao sectarismo e ao racismo em todas as suas formas".
O texto condena “a violência racista e o ataque terrorista” ocorrido no estado de Virgínia e “rejeita o nacionalismo branco, a supremacia branca e o neonazismo como expressões de ódio e de intolerância, que contradizem os valores que definem o povo dos Estados Unidos”.
A resolução foi redigida para condenar oficialmente os actos de violência em Charlottesville, em Agosto, durante os quais uma manifestante anti-racista, Heather Heyer, foi morta por um condutor que avançou sobre a multidão. Dezanove pessoas também ficaram feridas.
A resolução foi aprovada por unanimidade pela Câmara de Representantes esta terça-feira, um texto que tinha contado com o apoio de todo o Senado na segunda-feira.