Gatos líquidos, música na vagina e outras loucuras. Eis os IgNobel 2017
Os prémios "que primeiro fazem rir, e depois fazem pensar" estão entregues. E bem entregues.
O mais louco prémio na área das ciências, o IgNobel, foi atribuído na noite de quinta-feira, numa cerimónia no Teatro Sanders de Harvard, nos Estados Unidos. Nada tem que ver com o outro, o Prémio Nobel, pois os IgNobel distinguem indivíduos cujas façanhas científicas "primeiro fazem rir, e depois fazem pensar". Este ano, o IgNobel da Paz foi para uma equipa suíça que descobriu que didjeridi, instrumento tradicional dos aborígenes australianos, ajuda a combater o ressonar.
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O mais louco prémio na área das ciências, o IgNobel, foi atribuído na noite de quinta-feira, numa cerimónia no Teatro Sanders de Harvard, nos Estados Unidos. Nada tem que ver com o outro, o Prémio Nobel, pois os IgNobel distinguem indivíduos cujas façanhas científicas "primeiro fazem rir, e depois fazem pensar". Este ano, o IgNobel da Paz foi para uma equipa suíça que descobriu que didjeridi, instrumento tradicional dos aborígenes australianos, ajuda a combater o ressonar.
A gala em que todos os anos participam prémios Nobel teve mais uma vez momentos hilariantes, um deles foi quando o francês Marc-Antoine Fardin recebeu o IgNobel da física graças a um estudo em que questiona se os gatos podem ser considerados matéria líquida. Ao receber o prémio, Fardin garantiu que “sim”, uma vez que líquido é matéria que muda a sua forma de acordo com o recipiente em que se encontra, mostrando várias fotos de gatos em diversos recipientes, adaptando-se à sua forma.
Já o prémio da Economia foi para os australianos Matthew Rockloff e Nancy Greer, da Universidade Central de Queensland, por provarem que a vontade de fazer apostas é afectada depois de se segurar um crocodilo com um metro de comprimento. Os economistas provaram que, após segurar o animal, as pessoas fazem apostas de maneira mais cautelosa.
Espanha ganhou o prémio da obstetrícia, com uma equipa de cientistas a provarem que o feto reage de maneira mais forte quando ouve música através de uma pequena coluna de som colocado na vagina da mãe do que colocado na barriga. O equipamento já está a ser comercializado e chama-se Babypod.
O IgNobel da medicina também premiou uma descoberta importante. Jean-Pierre Royet, da Universidade de Lyon, França, usou imagens de ressonância magnética para estudar a actividade cerebral das pessoas que não aguentam comer queijo. E descobriram que, quando estas pessoas cheiram queijo cheddar e gruyère (um queijo suíço), um centro de recompensa associado à alimentação desliga-se e outras regiões do cérebro activam-se.
O inglês James Heathcot apresentou um estudo intitulado Por que homens idosos têm orelhas grandes? Não respondeu à pergunta, mas provou que as orelhas dos humanos crescem 0,22 mm a cada 365 dias e isso valeu-lhe o prémio da anatomia.
Uma equipa liderada por Kazunori Yoshizawa, da Universidade de Hokkaido, no Japão, descobriu insectos em grutas no Brasil que têm “um pénis feminino e uma vagina masculina”. Obviamente ganhou o prémio de biologia.
Sabia que transportar uma chávena de café andando de costas tem menos riscos de entornar o líquido do que se andar de frente? O coreano Jiwon Han provou que sim e ganhou o IgNobel de dinâmica de fluídos.
Por fim, o prémio de estudos cognitivos foi para Matteo Martini e a sua equipa que provaram que os irmãos gémeos têm dificuldade em se identificarem correctamente em fotografia quando aparecem juntos.
Notícia corrigida às 15h18: Na experiência de música com os fetos foi usada uma pequena coluna de som e não um microfone, como antes tinha sido escrito.