UGT acusa CGTP de “enorme irresponsabilidade” na Autoeuropa

Moção aprovada pela UGT rejeita “tentativas de instrumentalização partidária ou sindical" da eleição da comissão de trabalhadores.

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Carlos Silva, secretário-geral da UGT, não poupou críticas à CGTP no caso da Autoeuropa Enric Vives-Rubio

O secretário-geral da UGT, Carlos Silva, acusou o sindicato da CGTP que marcou a greve na Autoeuropa de “enorme irresponsabilidade” e sublinhou que o diálogo e a negociação devem ser o caminho a seguir na empresa do grupo Volkswagen.

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O secretário-geral da UGT, Carlos Silva, acusou o sindicato da CGTP que marcou a greve na Autoeuropa de “enorme irresponsabilidade” e sublinhou que o diálogo e a negociação devem ser o caminho a seguir na empresa do grupo Volkswagen.

A acusação do líder da UGT foi feita nesta quarta-feira durante uma conferência de imprensa onde foram apresentadas as reivindicações da central para 2018 e uma moção sobre a empresa de Palmela, aprovada por unanimidade.

“É uma enorme irresponsabilidade o sindicato da CGTP [o Site-Sul] ter avançado daquela forma para uma greve”, disse Carlos Silva, defendendo que antes da convocação da paralisação, que decorreu a 30 de Agosto, “devia ter havido um esforço de negociação” para perceber se havia disponibilidade da administração.

De acordo com o secretário-geral da UGT, “quando houve disponibilidade, a greve já estava convocada e não havia nada a fazer”.

Na moção aprovada pelo secretariado nacional, a UGT rejeita “quaisquer tentativas de instrumentalização partidária ou sindical do acto eleitoral e da futura comissão de trabalhadores”.

O objectivo da estrutura, acrescentam os dirigentes da central sindical, é “exclusivamente, colocar-se ao serviço dos trabalhadores da Autoeuropa na defesa dos seus postos de trabalho e dos seus direitos contratuais e legais, dando sempre prioridade à negociação e ao diálogo, como formas de se chegar a compromissos e acordos”.

Na mesma moção, a UGT defende a posição que tem sido assumida pelo seu sindicato na empresa, o Sindel, destacando que tem mantido uma prática de diálogo permanente com a Comissão de Trabalhadores da Autoeuropa. “Já algumas situações foram resolvidas com a nossa intervenção sindical e jurídica, tendo a Comissão de Trabalhadores, como é de tradição na empresa, assumido o papel negocial directo com a Administração”, reforça a central.

Na moção, a UGT anuncia que o Sindel vai apoiar uma lista para a comissão de trabalhadores da Autoeuropa, cuja eleição está marcada para 3 de Outubro.

Com a produção do novo veículo T-Roc, a Autoeuropa quer alterar os horários dos seus trabalhadores. A proposta de acordo a que chegaram a anterior comissão de trabalhadores e a administração da empresa foi rejeitado pela maioria dos funcionários da fábrica de Palmela, que recusam que o sábado passe a ser um dia normal de trabalho. Este foi um dos motivos da greve.

Também nesta quarta-feira, Herbert Diess, CEO da marca Volkswagen, mostrou-se confiante num desfecho positivo para o conflito, afirmando que “todas as partes envolvidas têm interesse em resolver” a questão. Não deixou de sublinhar, no entanto, que o grupo foi “apanhado de surpresa” pela contestação dos trabalhadores, recordando a estabilidade laboral que tinha marcado a fábrica de Setúbal até ao momento.

Diess afastou contudo a eventual deslocalização da produção do novo veiculo para outras fábricas do grupo.