Mãe suspeita de asfixiar criança com uma peça de roupa
Foi encontrada uma carta escrita pela mãe do rapaz onde “pedia desculpa à família pelo que fez”. Mulher tentou cometer o suicídio através da ingestão de medicamentos mas está livre de perigo.
Uma criança morreu esta terça-feira na localidade de Sortelhão, Guarda, e, ao que tudo indica, assassinada pela mãe. Ao longo do dia, a versão sobre as causas do óbito foram sendo alteradas. Primeiro, foi noticiada uma intoxicação por monóxido de carbono. Depois, alegou-se que o rapaz teria perdido a vida devido a uma intoxicação por medicamentos. Já no início da noite, a Polícia Judiciária (PJ) revelava que a mãe era suspeita do homicídio do filho.
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Uma criança morreu esta terça-feira na localidade de Sortelhão, Guarda, e, ao que tudo indica, assassinada pela mãe. Ao longo do dia, a versão sobre as causas do óbito foram sendo alteradas. Primeiro, foi noticiada uma intoxicação por monóxido de carbono. Depois, alegou-se que o rapaz teria perdido a vida devido a uma intoxicação por medicamentos. Já no início da noite, a Polícia Judiciária (PJ) revelava que a mãe era suspeita do homicídio do filho.
Ao que tudo indica este crime teve contornos chocantes. Segundo explicou fonte da PJ da Guarda ao PÚBLICO, a mãe asfixiou o rapaz de 11 anos, aparentemente, com “uma peça de roupa”. “Terá sido utilizado um cachecol”, especificou. Já durante a tarde, e horas depois de ter sido cometido o crime, a suspeita terá tentado suicidar-se através da ingestão de medicamentos. “O crime ocorreu ao início da manhã e só à tarde é que foi detectado”, continuou a mesma fonte. “Acredito que só durante a tarde [a mãe] tentou o suicídio”, acrescentou.
A mulher foi assistida no local e transportada posteriormente para o serviço de urgências do Hospital da Guarda. “Até terá alguns arranhões que sugerem uma tentativa de resistência”, revelou a fonte da Judiciária.
Com a investigação ainda no seu início, os pormenores sobre as motivações da mulher terão ainda de ser averiguadas de forma mais concreta. No entanto, a fonte contactada pelo PÚBLICO indica que a suspeita “terá um histórico de depressões”. Além disso, foi encontrada uma carta onde a mulher “pedia desculpa à família pelo que fez”. “O que ela terá escrito na carta foi que a criança iria mudar de escola e que ela sabia que ele ia ser mal tratado pelos colegas e agredido como já o tinha sido no passado. E portanto não queria que isso acontecesse”. Como referiu a fonte da PJ, este histórico de bullying não foi ainda confirmado.
Marido será interrogado
A investigação prossegue, sendo necessário o interrogatório à principal suspeita do crime, que na noite desta terça-feira “falou pouco” por não estar nas melhores condições de saúde para o fazer. O marido da suspeita foi localizado e será também questionado pelas autoridades. O casal tem outro filho de 27 anos que não estava presente no local na altura do crime.
O CDOS da Guarda adiantou à Lusa que o alerta foi dado cerca das 16h39. Ao PÚBLICO, a fonte da PJ diz que o alerta terá sido efectuado por um ex-bombeiro residente na aldeia onde ocorreu o crime sendo que, este, por sua vez, foi, possivelmente, avisado “por vizinhos”.
O comandante dos Bombeiros Voluntários da Guarda, Paulo Sequeira, contou à Lusa que quando os bombeiros chegaram ao local depararam-se "com duas vítimas" — a criança e a mãe —, sendo que a mãe estava consciente. Em relação à criança, explicou que os bombeiros e os elementos da Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) do INEM na Guarda realizaram "manobras de reanimação e suporte avançado de vida, mas sem êxito".
Ainda de acordo com o que informou o CDOS à Lusa, estiveram no local um total de 12 homens e sete viaturas dos bombeiros, da GNR, da Polícia Judiciária e da VMER da Guarda.