Candidata do PSD a Lisboa defende "repovoamento" como prioridade

Teresa Leal Coelho diz que "a cidade tem falhado para muita gente"

Foto
Teresa Leal Coelho esteve num almoço no Internacional Club of Portugal Rui Gaudencio

A candidata do PSD à Câmara Municipal de Lisboa definiu o repovoamento da cidade e a reabilitação urbana como duas das suas prioridades. Num almoço-debate do International Club of Portugal, Teresa Leal Coelho deixou ainda uma mão cheia de críticas à gestão socialista de Fernando Medina. E respondeu à pergunta: porque é que as cidades falham?. “Esta cidade tem falhado para muita gente”.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

A candidata do PSD à Câmara Municipal de Lisboa definiu o repovoamento da cidade e a reabilitação urbana como duas das suas prioridades. Num almoço-debate do International Club of Portugal, Teresa Leal Coelho deixou ainda uma mão cheia de críticas à gestão socialista de Fernando Medina. E respondeu à pergunta: porque é que as cidades falham?. “Esta cidade tem falhado para muita gente”.

A pergunta veio de uma sindicalista que tinha uma curiosidade pessoal, assumindo como garantida a eleição da candidata como presidente. Qual será a primeira medida de Teresa Leal Coelho? “A minha visão estratégica para a cidade é o repovoamento em Lisboa. Os que não são eleitores mas os que gostavam de ser”, respondeu a vice-presidente do PSD, depois de uma intervenção em que criticou a política de habitação e de transportes do PS.

A candidata defendeu que a “recuperação de pessoas é o maior investimento que a câmara pode fazer na cidade”. Nesse sentido, a “primeira medida” é fomentar políticas para habitação, nomeadamente “reabilitar os dois mil apartamentos de património disperso na câmara e colocá-lo no mercado de arrendamento a preços sustentáveis”.

Ainda sem ter apresentado programa – o que deverá acontecer no final desta semana – a candidata defendeu “uma implementação de videovigilância muito mais alargada” assim como uma alteração de iluminação e de segurança. Questionada também por um dos participantes na iniciativa sobre o que fazer com os terrenos da antiga Feira Popular, Teresa Leal Coelho propôs o loteamento dos terrenos a levar a hasta pública em parcelas menores para permitir uma construção mista (habitação e escritórios) e jardim.

No almoço-debate intitulado “a confiança como elemento crucial para o desenvolvimento da cidade”, Teresa Leal Coelho lançou um título alternativo – “porque é que as cidades falham?”, numa analogia ao livro “Porque é que falham as nações – as origens do poder, prosperidade e pobreza”, de Daron Acemoglu. A candidata respondeu: “Porque fazem as opções políticas erradas, porque não apresentam estratégias, não têm uma visão estratégica. Esta cidade tem falhado para muita gente, está em dificuldade por perigo de expulsão porque a compra de casa ou arrendamento são elevados”.

Na intervenção, a candidata voltou a falar da perda de habitantes da cidade nos últimos anos (entre 2009 e 2016 perdeu 45 mil residentes), do envelhecimento da população (um quarto da população tem mais de 65 anos), do aumento de impostos (mais 180 euros entre 2015 e 2016) e da degradação urbana. “Deparamo-nos com prédios vazios e devolutos mesmo no eixo central que mais apoio camarário tem recebido. As causas deste abandono, desta inutilidade, mas passam pela total ausência de planeamento para a cidade”, afirmou, referindo ainda a questão dos transportes. A passagem da empresa para a câmara voltou a ser o alvo da social-democrata: “Para conciliar o inconciliável, a câmara gere a Carris, mas gere em co-gestão com algumas associações sindicais”.