Noruegueses reelegem primeira-ministra conservadora
Com mais de 90% dos votos contabilizados, o partido de Erna Solberg e os seus parceiros de coligação conquistam a maioria parlamentar.
A primeira-ministra conservadora da Noruega, Erna Solberg, será reconduzida no cargo, de acordo com as projecções oficiais. As estimativas baseadas na contagem de mais de 90% dos votos nas eleições realizadas esta segunda-feira atribuem 89 dos 169 assentos parlamentares ao partido de Solberg, os Conservadores, ao parceiro de coligação e anti-imigração, o Partido do Progresso, e a outros dois aliados parlamentares mais pequenos de centro-direita.
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A primeira-ministra conservadora da Noruega, Erna Solberg, será reconduzida no cargo, de acordo com as projecções oficiais. As estimativas baseadas na contagem de mais de 90% dos votos nas eleições realizadas esta segunda-feira atribuem 89 dos 169 assentos parlamentares ao partido de Solberg, os Conservadores, ao parceiro de coligação e anti-imigração, o Partido do Progresso, e a outros dois aliados parlamentares mais pequenos de centro-direita.
Perante estes resultados, Solberg declarou a vitória nas eleições: "Parece uma vitória clara", afirmou perante os seus apoiantes em Oslo, segundo a Reuters. "As nossas soluções resultaram. Criámos emprego", disse ainda. "Temos alguns desafios pela frente. As receitas do petróleo vão ser menores. Todos temos de ter responsabilidade."
Comparada pelos seus apoiantes à chanceler alemã Angela Merkel, Solberg está assim perto de fazer história: é a primeira líder de um governo conservador a assegurar dois mandatos consecutivos desde 1985.
Por outro lado, a oposição, liderada pelo Partido Trabalhista de Jonas Gahr Stoere, deverá conquistar 80 assentos, o que levou o líder trabalhista a assumir a derrota. "É uma grande desilusão", disse.
Durante a campanha, Solberg defendeu o corte fiscal como forma de acelerar o crescimento económico. Stoere propôs um aumento de impostos para melhorar os serviços públicos como a educação ou os cuidados de saúde.
A Noruega é o maior produtor de petróleo e de gás da Europa Ocidental, mas a indústria poderá ser afectada com estes resultados eleitorais: Solberg necessita do apoio de dois aliados de centro-direita para conquistar a maioria. Ora, isto inclui os Liberais, que pretendem limitar a exportação no Árctico.
Durante mais de um ano, as sondagens davam uma vitória clara aos trabalhistas e aos seus aliados, mas o apoio ao Governo aumentou à medida que a economia foi recuperando da queda dos preços do petróleo, o produto mais exportado pela Noruega e do qual depende fortemente a sua economia. Também o desemprego, que no ano passado chegou aos 5%, o valor mais alto dos últimos 20 anos, recuperou para 4,3%. A confiança dos consumidores subiu para os níveis mais altos da última década.
Apesar de tudo, o Partido Trabalhista deverá continuar a ser o maior partido norueguês, com 49 assentos face aos 45 que os conservadores deverão alcançar. Os trabalhistas são o maior partido desde os anos 1920. No entanto, a coligação que se forma à direita mantém o executivo de Solberg no poder.
Entre os partidos que formam a coligação de Governo está o Partido do Progresso, que impôs a redução da entrada de imigrantes no país, algo que é considerado por Stoere como uma traição aos valores da Noruega. Aliás, a decisão da primeira-ministra de aceitar este partido como parceiro de governação impediu que outros pequenos partidos se juntassem formalmente aos conservadores no apoio ao Governo.
Os problemas da Noruega parecem, no entanto, menores quando comparados com a maioria dos países europeus. Para além dos seus avultados fundos soberanos, a Noruega lidera a lista das Nações Unidas dos melhores países para se viver, que é baseada em métricas como os rendimentos ou a educação. Em 2017, subiu de quarto para primeiro lugar numa sondagem que classificou os países de acordo com os níveis de felicidade.