Há protestos de enfermeiros em vários pontos do país. Sindicato ameaça processar hospitais

A secretaria de Estado do Emprego considerou irregular a marcação desta greve, alegando que o pré-aviso não cumpriu os dez dias úteis que determina a lei. Apesar disso, os enfermeiros mantiveram o protesto.

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Protesto no Porto Adriano Miranda

O Sindicato dos Enfermeiros (SE) diz que vai processar judicialmente todos os hospitais que marquem falta injustificada aos profissionais que nesta segunda-feira estão em greve, começando pelo Hospital de Santa Maria, em Lisboa, afirmou o sindicalista Emanuel Boieiro à agência Lusa durante um protesto que junta centenas de enfermeiros naquela unidade de saúde.

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O Sindicato dos Enfermeiros (SE) diz que vai processar judicialmente todos os hospitais que marquem falta injustificada aos profissionais que nesta segunda-feira estão em greve, começando pelo Hospital de Santa Maria, em Lisboa, afirmou o sindicalista Emanuel Boieiro à agência Lusa durante um protesto que junta centenas de enfermeiros naquela unidade de saúde.

Emanuel Boieiro disse que este será o primeiro hospital a ser visado pelos serviços jurídicos do SE, uma vez que, segundo disse, “está a marcar faltas injustificadas aos profissionais em greve”.

Vestidos de negro, os enfermeiros empunham cartazes onde se lê “Juntos somos mais fortes” e “Não à discriminação, ameaças é que não”. Estão concentrados no passeio frente à entrada principal do Hospital de Santa Maria, alguns deles já na estrada, o que obriga as viaturas que passam por este acesso a abrandarem.

Centenas de enfermeiros de toda a região Norte, vestidos de negro e com t-shirts com palavra “Basta”, estão também concentrados em frente ao Hospital de São João do Porto.

A iniciativa foi organizada pela enfermeira daquele hospital Áurea Ferreira através das redes sociais e reúne profissionais de vários hospitais e centros de saúde de toda a região. “É uma manifestação pacífica para demonstrar o descontentamento face à actual situação e à forma como os enfermeiros têm sido tratados ao longo dos anos”, afirmou a organizadora do protesto, enfermeira há 22 anos no Hospital de São João do Porto.

Segundo contou à Lusa, no seu serviço, o Bloco Central, a adesão é de “100%”.

Também em frente aos Hospitais da Universidade de Coimbra há concentração de enfermeiros em protesto.

Nesta segunda-feira arrancou a greve nacional marcada pelo Sindicato Independente dos Profissionais de Enfermagem (SIPE) e pelo Sindicato dos Enfermeiros (SE) para o período entre as 00h de hoje e as 24h de sexta-feira. Reclamam uma actualização gradual dos salários e a integração da categoria de especialista na carreira, bem como a aplicação do regime das 35 horas de trabalho para todos os enfermeiros.

Com a criação da categoria de especialista, os enfermeiros querem passar dos 1200 euros brutos mensais que recebem para os 2400 euros brutos, ao longo de três anos. "Pode parecer o dobro. Mas, até agora, o sindicato não teve uma contraproposta", sublinha nesta segunda-feira a bastonária dos enfermeiros numa entrevista ao PÚBLICO.

A secretaria de Estado do Emprego considerou irregular a marcação desta greve, alegando que o pré-aviso não cumpriu os dez dias úteis que determina a lei. Apesar disso, os enfermeiros mantiveram o protesto.

A orientação da tutela foi no sentido das instituições de saúde marcarem falta aos profissionais que não trabalhem nestes dias, alegando que a greve foi marcada de forma irregular. Questionado sobre esta irregularidade, Emanuel Boieiro disse não querer saber: "Não interessa o que alegam. Informámos através da comunicação social que esta greve se ia realizar."