Ruas de Barcelos vão “respirar jazz”

A segunda edição do Jazz ao Largo traz algumas novidades. Com um filme de Clint Eastwood, uma homenagem a Charles Mingus e sessões de free jazz, a organização quer mostrar outra forma de música.

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Os concertos à noite são no Largo Doutor Martins Lima, às 22h. Nelson Garrido

Não é o primeiro festival de jazz em Barcelos. Depois de, em 2007, as Noites de Avant-Jazz não terem cativado o público, Pedro Oliveira e o Burgo Divertido, associação de várias associações de Barcelos, decidiram dar uma nova oportunidade ao estilo musical no ano passado. Foi assim que nasceu o Jazz ao Largo, um festival de “música nada típico” da cidade do distrito de Braga mas que quer começar a crescer. Nesta edição, entre 13 e 17 de Setembro, há jazz no centro, em dois palcos ao ar livre.

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Não é o primeiro festival de jazz em Barcelos. Depois de, em 2007, as Noites de Avant-Jazz não terem cativado o público, Pedro Oliveira e o Burgo Divertido, associação de várias associações de Barcelos, decidiram dar uma nova oportunidade ao estilo musical no ano passado. Foi assim que nasceu o Jazz ao Largo, um festival de “música nada típico” da cidade do distrito de Braga mas que quer começar a crescer. Nesta edição, entre 13 e 17 de Setembro, há jazz no centro, em dois palcos ao ar livre.

O festival, também organizado pela Câmara de Barcelos, arranca com a exibição ao ar livre de Bird-Fim do Sonho, de Clint Eastwood. Como um tributo ao saxofonista Charlie Parker, o filme, escolhido pelo cineclube de Barcelos- Zoom, começa às 21h30 no Largo Doutor Martins Lima. No mesmo largo, nos dois dias seguintes, quinta e sexta-feira, às 22h, há Tim Tim por Tim Tum e La La La Ressonance after Mingus, respectivamente. No fim-de-semana, na Frente Ribeirinha da Azenha, decorrem as free jaz sessions às 17h, com Susana Santos Silva, Jorge Queijo, Gabriel Ferrandini e Pedro Sousa.

O último concerto à noite é sábado com o Coreto Porta-Jazz do Porto, junto ao Teatro Gil Vicente. Para além dos concertos e tal como na edição anterior, o Jazz ao Largo volta a organizar uma oficina com Susana Santos Silva e Jorge Queijo, no sábado às 15h, que apesar de ser de entrada livre, requer uma pré-inscrição.

Para lá do convencional

“Barcelos é uma terra de música, mas mais ligada a uma vertente alternativa. O jazz nunca vingou muito por cá”, admite Pedro Oliveira, programador artístico do festival, explicando que a ideia surgiu para “mostrar outra forma de ver e ouvir a música”. Depois de uma primeira edição, onde tiveram um “público focado e atento, coisa que às vezes não acontece em concertos ao ar livre”, com cerca de 400 pessoas por noite, este ano a organização espera “ter mais gente ou pelo menos manter” o mesmo número do ano passado.

O que não se vai manter são as datas do festival. Em vez de haver concertos todas as sextas-feiras durante o mês de Setembro, desta vez a programação foi condensada entre quarta e domingo, de forma a se “respirar mais jazz pelas ruas da cidade”. “Há também um segundo palco, mais descontraído e experimental, na frente Ribeirinha e uma nova parceria com o Zoom, que tomou conta da programação artística do primeiro dia”, afirma o membro da organização. Para aproveitar “a relação da própria sonoridade da música com o espaço”, os concertos serão divididos entre o Largo Doutor Martins Lima e a Frente Ribeirinha da Azenha.

 “Procuramos ter concertos diferentes, trazendo pessoas de vários lugares a mostrar coisas diferentes”, refere Pedro Oliveira, afirmando que um dos objectivos do festival é “mostrar o jazz, para lá do convencional”. De forma a deixar “um legado na cidade” através da colaboração entre entidades de Barcelos, a organização do Jazz ao Largo fez um pedido especial à única banda barcelense que vai participar no festival: os La La La Ressonance vão apresentar um concerto original, inspirado no “contrabaixista, compositor e uma das maiores figuras da música norte-americana do séc. XX, Charles Mingus”, revela o programador artístico.

Texto editado por Ana Fernandes