Proposta para Caracol da Penha, Lisboa, contempla anfiteatro e hortas comunitárias

O processo de consulta à população recolheu perto de 300 participações.

Foto
NFS - Nuno Ferreira Santos

O projecto preliminar para o Jardim do Caracol da Penha, em Lisboa, contempla zonas de lazer, uma praça multidisciplinar, hortas comunitárias e um anfiteatro natural, avançou à Lusa um dos porta-vozes do movimento criado para aquele espaço.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O projecto preliminar para o Jardim do Caracol da Penha, em Lisboa, contempla zonas de lazer, uma praça multidisciplinar, hortas comunitárias e um anfiteatro natural, avançou à Lusa um dos porta-vozes do movimento criado para aquele espaço.

A versão preliminar do projecto que irá nascer no jardim que abrange as freguesias de Penha de França e Arroios foi apresentada na sexta-feira aos lisboetas e resultou de um processo de auscultação à população, anunciado em Março pela Câmara de Lisboa.

Segundo um dos porta-vozes do Movimento pelo Jardim do Caracol da Penha, Miguel Pinto, aquele espaço irá contar com três plataformas.

A primeira, mais elevada, irá receber o anfiteatro e uma zona de relvado, a zona central terá uma "grande praça multifuncional, com sombra e vista sobre a cidade, um quiosque, duas mesas grandes para ‘workshops' ou aulas, uma queda de água, e ainda um espelho de água", apontou Miguel Pinto.

Já a zona mais baixa terá a "zonas das hortas comunitárias e uma míni praça".

"Houve uma preocupação com as acessibilidades, para que as pessoas com mobilidade reduzida possam chegar ao jardim, e que este fosse um espaço polivalente e multigeracional, que responda às carências de espaços públicos" que existem nesta zona da cidade, apontou o porta-voz.

Miguel Pinto explicou também à agência Lusa que as soluções encontradas tiveram em consideração "custos de manutenção razoáveis", e que o número de árvores existentes irá aumentar.

"O jardim foi pensado para tentar maximizar o espaço e os públicos a que chega nas várias alturas do ano", afirmou.

Agora, segue-se um novo período de discussão pública, "durante duas ou três semanas, e depois o projecto será apresentado" à Câmara e à Assembleia Municipal para ser debatido.

Relativamente à sessão, que contou com a presença do vice-presidente do município de maioria socialista, Duarte Cordeiro, o porta-voz referiu que, da parte da população, "correu bem e houve poucas perguntas", e quanto à Câmara, "foi sensível ao processo construtivo".

O processo de consulta à população, que a Câmara de Lisboa anunciou que visava "ouvir a comunidade de modo a definir um projecto para o jardim que vá ao encontro das aspirações dos seus futuros utilizadores", recolheu perto de 300 participações.

O porta-voz do movimento disse que as propostas foram recebidas através de plataformas electrónicas e também de postais recolhidos através de "caixas de sapatos colocadas em vários estabelecimentos" das duas freguesias.

O "processo de construção não foi pacífico porque as pessoas, mesmo dentro do grupo, queriam coisas diferentes", referiu Miguel Pinto, acrescentando que o movimento trabalhou durante alguns meses "para mediar o que é possível fazer lá com o que as pessoas pediram".

Apontando que a Câmara "acedeu às propostas", o responsável elencou que Duarte Cordeiro estimou que "o projecto deve estar fechado até final deste ano" e que "no início de 2019, o jardim deverá estar a ser aberto".

O Jardim do Caracol da Penha foi o projecto vencedor da última edição do Orçamento Participativo de Lisboa, sendo também o projecto mais votado de sempre, com 9.477 votos.

Inicialmente, a autarquia previa que aquele espaço desse lugar a um parque de estacionamento, mas acabou por abandonar essa ideia.