São Jorge é o candidato português aos Óscares e aos Goya

A Academia Portuguesa de Cinema escolheu o filme de Marco Martins com Nuno Lopes para se candidatar aos prémios internacionais. Mas ainda há um longo caminho a percorrer.

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Nuno Lopes faz de pugilista em São Jorge DR

São Jorge, o filme de Marco Martins saído em sala este ano que em 2016 valeu um prémio de Melhor Actor para Nuno Lopes em Veneza, é o candidato português aos Óscares e aos Goya, escolhido pela Academia Portuguesa de Cinema. O filme conta a história de um pugilista desempregado que se vê obrigado a tornar-se cobrador de dívidas difíceis para sustentar a família.

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São Jorge, o filme de Marco Martins saído em sala este ano que em 2016 valeu um prémio de Melhor Actor para Nuno Lopes em Veneza, é o candidato português aos Óscares e aos Goya, escolhido pela Academia Portuguesa de Cinema. O filme conta a história de um pugilista desempregado que se vê obrigado a tornar-se cobrador de dívidas difíceis para sustentar a família.

Maria João Mayer, produtora do filme, adiantou ao PÚBLICO que "não era uma nomeação muito esperada", mas que está "muito contente", sublinhando que este "é um filme muito urgente, muito específico, muito português que tem tido uma recepção internacional". Espera agora que esta notícia seja "um boost para a divulgação e para a promoção do filme fora de Portugal". 

São Jorge saiu em sala em Portugal, onde fez dez mil espectadores no fim-de-semana de estreia, e em França. A produtora está na expectativa de aproveitar a circunstância de o filme ter sido escolhido como indicação portuguesa para gerar interesse nos mercados espanhol e norte-americano.

Marco Martins, o realizador, explica ao PÚBLICO que "fica feliz", porque acha que este "foi um ano em que houve uma produção portuguesa bastante grande e filmes interessantes e fortes", mas também sublinha a "temática do próprio filme", o facto de se debruçar sobre "um período histórico sobre o qual precisamos todos de reflectir e [que precisamos de] ter na nossa memória", bem como a sua linguagem não muito comum, "no cruzamento entre ficção e não-ficção", algo que lhe agrada bastante.

"Acho que era importante que o filme chegasse a um público o mais alargado possível, e os Óscares possibilitam esse facto. É claro que isso exige uma campanha grande junto da Academia, e que [se] exporte o filme a partir daqui e até à selecção final dos cinco filmes. Para isso, terá de haver um investimento grande do ICA e do Governo, uma parte que já não me diz respeito", acrescenta.

Desde 1980 que Portugal envia candidatos para o Óscar de Melhor Filme Estrangeiro, mas até agora nunca resultaram numa única nomeação.