Costa arrisca a transformar-se em “agente poluidor” do debate político, acusa Passos
Líder do PSD desafiou primeiro-ministro a explicitar quem disse que havia licenciados a mais e que era bom ter uma economia com salários baixos.
O líder do PSD, Passos Coelho, desafiou neste domingo António Costa a dizer quem é que em Portugal defende que o país tem licenciados a mais, acusando o primeiro-ministro de poder transformar-se num "agente poluidor" do debate político.
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O líder do PSD, Passos Coelho, desafiou neste domingo António Costa a dizer quem é que em Portugal defende que o país tem licenciados a mais, acusando o primeiro-ministro de poder transformar-se num "agente poluidor" do debate político.
Passos Coelho, que falava no concelho de Pombal, distrito de Leiria, recordava o discurso do primeiro-ministro, ao final da manhã, em Matosinhos, em que, referindo-se ao aumento do número de alunos colocados no ensino superior, sublinhou que essa notícia significava que os portugueses "deixaram de dar ouvidos àqueles que diziam que tínhamos licenciados a mais e que não era importante continuar a estudar".
O líder social-democrata realçou que "nunca, em qualquer tempo", se recorda, "seja à direita, ao centro ou à esquerda, de ouvir ninguém dizer" que Portugal tem licenciados a mais, "que as pessoas não deveriam continuar a estudar, que o que era bom era ter uma economia com salários baixos e que o melhor mesmo era as pessoas ganharem pouco".
"Não tenho ideia", sublinhou Passos Coelho, desafiando António Costa a dizer a quem é que se estava a referir e se conhece "alguém que tenha feito declarações nesse sentido".
Para o presidente do PSD, o primeiro-ministro "não pode dizer impunemente estas coisas sem ser chamado à atenção".
"Se, reiteradamente, ele [António Costa] aparece com este tipo de afirmação, então eu julgo que ele se transforma ele próprio numa espécie - já não é de um agente provocador - é de um agente poluidor do nosso debate político", considerou.
Para o ex-primeiro-ministro, deveria haver "um certo limite para se dizerem estas coisas, sem consequência, de forma gratuita, com impunidade", defendendo que António Costa "tem a obrigação de fundamentar este tipo de acusações" e mostrar "a quem se está a referir".
"Se o primeiro-ministro não responder a estas questões, então vai começando a ficar uma espécie de traço político que se vem acentuando, em que o doutor António Costa vai produzindo afirmações que não têm qualquer suporte na realidade", referiu.
Já no final do seu discurso, Passos Coelho salientou que gostava que o Governo pudesse exibir "uma qualidade reformista, aberta, sem ressentimentos, sem estar sempre a rotular os seus adversários, a imputar-lhes afirmações que não existem, posicionamentos que não são verdadeiros".
Passos Coelho discursava na festa do PSD de Pombal, que decorreu no Parque de Merendas da Ilha.