Sudoeste da Florida enfrenta vaga oceânica. Irma passa a tempestade tropical
Inundações são a maior ameaça. Miami escapou ao pior.
A cidade costeira de Naples e a ilha de Marco, no sudoeste da Florida, estão a sofrer o embate da vaga oceânica gerada pelo Irma, que na manhã desta segunda-feira passou tempestade tropical ao final da manhã desta segunda-feira. A subida das águas na costa ocidental daquele estado norte-americano, que poderá superar os quatro metros, era na noite de domingo e manhã de segunda-feira a maior preocupação para as autoridades, que reforçaram apelos para que a população abandone as margens do Golfo do México. No entanto, e nas horas anteriores à chegada da vaga, multiplicavam-se nas redes sociais as partilhas de fotografias e vídeos registados na zona de Naples que mostravam um considerável recuo das águas - um fenómeno que costuma anteceder uma subida rápida do mar.
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A cidade costeira de Naples e a ilha de Marco, no sudoeste da Florida, estão a sofrer o embate da vaga oceânica gerada pelo Irma, que na manhã desta segunda-feira passou tempestade tropical ao final da manhã desta segunda-feira. A subida das águas na costa ocidental daquele estado norte-americano, que poderá superar os quatro metros, era na noite de domingo e manhã de segunda-feira a maior preocupação para as autoridades, que reforçaram apelos para que a população abandone as margens do Golfo do México. No entanto, e nas horas anteriores à chegada da vaga, multiplicavam-se nas redes sociais as partilhas de fotografias e vídeos registados na zona de Naples que mostravam um considerável recuo das águas - um fenómeno que costuma anteceder uma subida rápida do mar.
"Não nos podemos esconder da água. Esse é o nosso maior medo", avisou Marco Rubio, senador republicano da Florida, numa entrevista televisiva.
Depois de ter atingido na manhã de domingo as Keys, uma cadeia de ilhas ao largo do extremo meridional da Florida, com ventos na ordem dos 210 quilómetros por hora, o Irma está a começar a percorrer a costa ocidental da península. A leste, no entanto, os efeitos também foram sentidos com intensidade. Em Miami, cidade paralisada e de ruas desertas, a zona marginal encontrava-se inundada desde as primeiras horas do dia, com as avenidas entre os hotéis e os prédios altos de habitação de luxo transformadas em rios.
Há até ao momento relato de três mortes, sendo que apenas uma está oficialmente confirmada. A primeira vítima identificada do Irma no território continental dos EUA é um homem que sofreu um acidente de viação. As duas outras mortes noticiadas este domingo pela imprensa norte-americana também ocorreram na estrada, mas as autoridades ainda estão a investigar se estarão directamente relacionadas com as condições meteorológicas.
Segundo o Centro Nacional de Furacões do Serviço Nacional de Meteorologia (NWS, na sigla inglesa) dos Estados Unidos, o pior está para vir nas próximas horas e dias. “Espera-se que o Irma produza chuvas muito fortes e cheias na zona terrestre” em muitas partes da Florida, alerta o serviço, que prevê inundações também na região sudeste da vizinha Georgia.
Ainda na Florida, e depois de Naples, na mira do furacão está a cidade de Tampa, onde moram quase 400 mil pessoas. “Escapámos durante 90 anos, mas agora é a nossa vez e temos de estar preparados”, afirmou este domingo o presidente da câmara Bob Buckhorn. O autarca apelou a que ninguém circule nas ruas a partir das 18h locais e avisou que as equipas de emergência não vão poder ajudar os habitantes a partir de determinado ponto de degradação das condições meteorológicas.
Pelas 2h (7h em Lisboa), o olho do Irma estava a cerca de 30 quilómetros de Lakeland e a aproximadamente 40 de Tampa, a maior cidade da baía com o mesmo nome, onde vivem quatro milhões de pessoas, na costa Oeste do estado da Florida.
Mais de cinco milhões de residentes do estado da Florida receberam ordem de evacuação nos últimos dias. A retirada da população idosa tem sido um dos maiores desafios, sendo apontada a escassez de abrigos de emergência preparados para receber pessoas que requerem cuidados médicos.
O Presidente dos EUA, Donald Trump, tem estado em contacto com o governador da Florida, Rick Scott, e foi informado neste domingo sobre o percurso estimado do furacão e sobre a resposta que a FEMA, a entidade equivalente à Protecção Civil portuguesa, está a preparar para esta emergência.
Antevendo os efeitos devastadores do Irma, Scott pediu a Trump que declarasse estado de calamidade, solicitando ainda mais meios humanos, materiais e financeiros para fazer face à ameaça.
"Sei que muita gente em todo o mundo quer ajudar. O melhor que se pode fazer agora é rezar”, disse Rick Scott, no domingo à noite, citado pela Lusa.
Mais de 3,4 milhões de casas ficaram sem electricidade em todo o estado da Florida. O restabelecimento da energia eléctrica poderá demorar várias semanas.
O Aeroporto Internacional de Miami (MIA), o mais importante do estado norte-americano da Flórida, vai continuar encerrado nesta segunda-feira devido aos danos provocados pelo furacão Irma, informou o seu director, Emilio T. González.
O aeroporto, que encerrou ao final do dia de sexta-feira por precaução para aguentar a chegada do Irma, sofreu “significativos danos” devido à água, afirmou González, através da sua conta na rede social Twitter.
O MIA tem estado fechado à partida e chegada de aviões, mas o terminal acolheu mais de 600 pessoas que não encontraram quartos de hotel, indicou o jornal The Miami Herald.
Espera-se que o aeroporto retome a actividade, ainda que com ligações aéreas limitadas, na terça-feira.
rma atinge o território continental dos EUA depois de ter causado mais de duas dezenas de mortes e um elevado grau de destruição em vários pontos das Caraíbas e em Cuba. Este domingo, o Presidente francês Emmanuel Macron anunciou que vai visitar na terça-feira a metade gaulesa da ilha de São Martinho, uma das mais afectadas.