Há uma maratona de criação de videojogos a chegar ao Porto. E esta é diferente
O Edifício Transparente vai ser a casa dos 130 participantes da Invictus Game Jam durante o próximo fim-de-semana. Para além dos videojogos, há várias actividades abertas ao público.
“Aquilo que estamos a fazer é pegar num evento como uma game jam, que pode não parecer muito apelativo a quem vê de fora, e levá-lo a um grupo de pessoas mais vasto”. Quem o diz é Luís Silva, da empresa de videojogos FMQ, organizadora da Invictus Game Jam, que chega ao Edifício Transparente no dia 8 de Setembro, uma sexta-feira, e só acaba no domingo, dois dias depois. São 40 horas seguidas dedicadas aos videojogos.
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“Aquilo que estamos a fazer é pegar num evento como uma game jam, que pode não parecer muito apelativo a quem vê de fora, e levá-lo a um grupo de pessoas mais vasto”. Quem o diz é Luís Silva, da empresa de videojogos FMQ, organizadora da Invictus Game Jam, que chega ao Edifício Transparente no dia 8 de Setembro, uma sexta-feira, e só acaba no domingo, dois dias depois. São 40 horas seguidas dedicadas aos videojogos.
Mas o que é uma game jam? “É um evento dedicado à produção de videojogos”, sintetiza Luís Silva, do departamento de marketing e gestão de pessoas da FMQ. Uma produtora de jogos sediada no Porto, que tem sido parceira de eventos semelhantes que ocorrem no Norte que, por tendência, têm “pouca projecção”. Mas este evento, que a empresa portuense organiza em conjunto com a Câmara Municipal do Porto (CMP), tem tudo para ser diferente.
A partir do das 19H00 de sexta-feira, dia 8 de Setembro, o Edífico Transparente, situado na frente marítima do Porto, vai acolher uma maratona que também vai servir de mote para outras actividades a decorrer no mesmo espaço. Embora uma game jam não se faça sem jogadores, e esses serão os protagonistas, pelo meio, "a par de conversas, há mostras de jogos, DJ sets, Sunset Party e outras actividades, todas de entrada livre e acessíveis ao público em geral”, acrescenta em comunicado a Porto Lazer.
Para participar na competição é necessária uma inscrição prévia no evento. Ao PÚBLICO, Luís Silva adianta que a receptividade da comunidade está a superar as expectativas, prova disso é o facto das 130 vagas disponíveis já estarem lotadas. “Esperávamos este tipo de adesão mais perto da data do evento”, acrescenta, lembrando que há um autocarro que vai fazer o percurso de Lisboa em direcção ao Porto de propósito para trazer alguns inscritos.
Segundo a organização, o mais importante nestas sessões é unir a comunidade, partilhar conhecimentos em comum e demonstrar que os interessados nesta área também se “conseguem divertir” e que não ficam sempre "fechados em casa". Desta forma, durante o fim-de-semana, o Edifício Transparente vai receber também sessões de ginástica corporativa (a participação também é aberta ao público).
O rock‘n’roll chega ao Porto
Estas maratonas de produção de jogos sãop, por norma, mais pequenas e concentram-se mais em Lisboa. Ivan Barroso, historiador de videojogos e docente na Escola de Tecnologias Inovação e Criação, explica essa circunstância com normalidade, afinal, embora já se tenham feito muitas game jams no Porto, “a comunidade é menor” do que em Lisboa.
O historiador é um dos muitos oradores que vão passar pela Invictus Game Jam, que termina às 17H00 de Domingo, com a entrega de prémios e mostra do trabalho vencedor, escolhido segundo os critérios do painel de jurados escolhidos pela organização. Atribui a este tipo de acontecimentos uma importância ao nível do “networking” e ao facto de poderem funcionar como uma espécie de ritual de iniciação para quem está interessado em trabalhar na área: "A um iniciante dizia-lhe: 'estás a ver o que fizeste durante estes dois dias? Se queres trabalhar em videojogos, vais fazer isso durante anos.’”
O espírito e a adrenalina de uma maratona como esta, é para o historiador o equivalente ao espírito rock‘n’roll aplicado à comunidade gamer. Para Ivan Barroso, o desenvolvimento de videojogos neste contexto de corrida contra o tempo é importante e o interesse em Portugal tem vindo a aumentar.“A resposta que te dão quando te dizem: ‘quero fazer jogos’ é ‘vai a uma game jam’”, afirma Ivan Barroso. Lisboa já vai conhecendo bem este ambiente. Um dos exemplos é a Global Game Jam, um evento internacional, que junta pessoas de todo o mundo para desenvolver videojogos durante 48 horas e que, em Portugal, decorre em vários locais da capital.
Texto editado por Ana Fernandes