Pedrógão: 2,8 milhões ainda não foram entregues ao fundo gerido pelo Estado
Revita aguarda donativos anunciados por Timor-Leste, BPI, Fundação La Caixa e BEI.
As dúvidas sobre a localização dos donativos às vítimas do incêndio de Pedrógão Grande e as suspeitas sobre o seu desvio levaram o Governo a esclarecer esta terça-feira que só tem à sua responsabilidade 1,9 milhões de euros, detalhando que o dinheiro de Timor-Leste, do BPI, da Fundação La Caixa e o que foi prometido também pelo BEI, no valor total de 2,8 milhões de euros, ainda não chegou, escreve o Jornal de Notícias, citando a lista do executivo.
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As dúvidas sobre a localização dos donativos às vítimas do incêndio de Pedrógão Grande e as suspeitas sobre o seu desvio levaram o Governo a esclarecer esta terça-feira que só tem à sua responsabilidade 1,9 milhões de euros, detalhando que o dinheiro de Timor-Leste, do BPI, da Fundação La Caixa e o que foi prometido também pelo BEI, no valor total de 2,8 milhões de euros, ainda não chegou, escreve o Jornal de Notícias, citando a lista do executivo.
No início de Julho, as contas apontavam para 13 milhões de euros como o valor global da ajuda às vítimas dos incêndios, que reunia donativos que chegaram também à União das Misericórdias Portuguesas e à Cáritas de Coimbra. À data, apontava-se um contributo de cinco milhões de euros vindos da banca. No entanto, até agora, apenas 1,9 milhões de euros foram entregues ao Revita, fundo de solidariedade para gerir a distribuição das verbas no terreno.
Aderiram a este fundo, gerido pelo Instituto de Segurança Social e no qual estão representados os autarcas da região, 29 entidades, no valor global de 1,9 milhões de euros, conforme publicado no portal do Governo.
O BPI justifica que a anunciada doação de um milhão de euros, em conjunto com a Fundação La Caixa, está dependente de um protoloco que "está a ser ultimado" entre as duas entidades e o Governo. Segundo fonte do BPI, a doação será "feita em breve", assim que sejam ultrapassados os trâmites administrativos, e acrescenta que a instituição entregou, no início de Agosto, os 144 mil euros angariados na conta solidária criada pelo banco.
Autarcas questionam irregularidades
A cargo da União das Misericórdias Portuguesas ficaram os 1,153 milhões de euros angariados no âmbito do concerto solidário “Juntos por Todos”. A este dinheiro somam-se 300 mil euros de bilheteira e mais 200 mil euros enviados de Macau, acrescenta o JN.
"As pessoas deram o dinheiro às entidades que entenderam. O Estado organizou um fundo, o Revita, que até ao momento só recebeu donativos no montante total de 1,961 milhões de euros. Relativamente às verbas do fundo Revita [gerido conjuntamente com as autarquias], as intenções de doação chegam até 4,9 milhões de euros, apesar de, efectivamente, só termos recebido até agora, 1,9 milhões. Sendo um fundo público, é gerido em conjunto com as autarquias e com a sociedade civil", explicou o primeiro-ministro.
Excluídos da lista estão também os donativos no valor de 500 mil euros da Fundação Aga Khan, da Rede Aga Khan para o Desenvolvimento.
As alegadas irregularidades estão a ser questionadas por autarcas e pelos partidos da oposição que pedem contas ao Governo. Marcelo Rebelo de Sousa pediu que não se utilize na campanha eleitoral local” a “tragédia dos incêndios”. Passos Coelho respondeu que não se trata de aproveitamento político, mas de apuramento de responsabilidades e exigência de transparência.
Notícia actualizada às 13h40 com declarações do BPI