FESAP espera “virar de página” com Orçamento do Estado de 2018

A Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores da Administração Pública (FESAP) considera que o Orçamento do Estado do próximo ano deve significar um “virar de página” para os funcionários públicos. Greve é possibilidade “sempre em cima da mesa”

Foto
Dirigente sindical José Abraão reiterou o “desconforto” relativo à falta de negociação com o Governo Enric Vives-Rubio

“No primeiro e segundo orçamentos do Estado houve uma atitude deste Governo de repor rendimentos, o que valorizamos. Mas hoje, perante aquilo que têm sido os resultados económicos do país e o esforço em aproximar posições, vamos discutir o terceiro Orçamento e esperamos que seja o momento de virar de página”, disse, em conferência de imprensa, o dirigente da FESAP, José Abraão.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

“No primeiro e segundo orçamentos do Estado houve uma atitude deste Governo de repor rendimentos, o que valorizamos. Mas hoje, perante aquilo que têm sido os resultados económicos do país e o esforço em aproximar posições, vamos discutir o terceiro Orçamento e esperamos que seja o momento de virar de página”, disse, em conferência de imprensa, o dirigente da FESAP, José Abraão.

A prioridade central da FESAP é de que “o discurso de reposição de rendimentos termine com o OE2018 e que haja verdadeiramente uma política salarial” através de uma negociação “séria” com as organizações sindicais.

Entre as reivindicações da federação sindical da UGT estão aumentos dos salários e das pensões no Estado de 2,5% para o próximo ano, a subida do subsídio de refeição para 6 euros.

A FESAP exige ainda que o salário mínimo seja de 585 euros em 2018 e que a tabela remuneratória única da administração pública seja alterada, reflectindo as actualizações da remuneração mínima.

O dirigente sindical reiterou ainda o “desconforto” relativo à falta de negociação com o Governo, numa altura em que algumas medidas para a função pública, nomeadamente sobre o descongelamento de carreiras, têm saído na comunicação social.

José Abraão sublinhou também a falta de “sensibilidade” dos partidos políticos que dizem estar a negociar com o Governo, mas que até agora “não ouviram as estruturas sindicais.”

Descongelamento sem faseamento

José Abraão voltou a exigir que o Governo cumpra o acordo sobre o descongelamento de carreiras, sublinhando que o mesmo deverá ter lugar em Janeiro de 2018, “sem nenhum tipo de faseamento nem fraccionamento”.

O líder sindical reafirmou que a greve é uma possibilidade “sempre em cima da mesa” e deu como “deadline” ao Governo para apresentar propostas concretas aos sindicatos a data de entrega do OE no Parlamento, a 15 de Outubro, para evitar uma eventual paralisação dos trabalhadores do Estado.

“Se o Governo quer negociar com os sindicatos, pois negoceie seriamente nesta fase e é por isso que esperamos que até ao momento da entrada do OE na AR que esta negociação se faça para que não tenhamos de ir para a luta, para a greve”, frisou José Abraão.

O Governo vai reunir-se com os três sindicatos da Função Pública na sexta-feira, no Ministério das Finanças. Em cima da mesa estarão as medidas para o sector que irão estar no Orçamento do Estado para 2018.

O encontro nas Finanças foi marcado no final de Agosto, depois de a FESAP ter enviado uma carta ao ministro das Finanças a exigir uma reunião urgente para discutir, entre outros assuntos, o descongelamento das carreiras e o Orçamento do Estado para 2018.