Incêndios florestais: 2017 foi o pior ano da última década
Arderam mais de 213 mil hectares. É o dobro da média anual de área ardida nos últimos dez anos.
Os incêndios florestais consumiram este ano mais de 213 mil hectares, o valor mais elevados nos últimos dez anos e duas vezes mais do que a média anual de área ardida para o mesmo período. De acordo com o relatório provisório do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), relativo ao período entre 1 de Janeiro e 31 de Agosto, registaram-se um total de 12.377 ocorrências (2652 incêndios florestais e 9.725 fogachos), que resultaram em 213.986 hectares de área ardida de espaços florestais.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Os incêndios florestais consumiram este ano mais de 213 mil hectares, o valor mais elevados nos últimos dez anos e duas vezes mais do que a média anual de área ardida para o mesmo período. De acordo com o relatório provisório do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), relativo ao período entre 1 de Janeiro e 31 de Agosto, registaram-se um total de 12.377 ocorrências (2652 incêndios florestais e 9.725 fogachos), que resultaram em 213.986 hectares de área ardida de espaços florestais.
Até 31 de Agosto houve 915 reacendimentos, menos 18% do que a média anual do período 2007-2016.
O distrito com maior área ardida é Castelo Branco, com 37.234 hectares, cerca de 17% da área total ardida até à data em Portugal Continental, seguido de Santarém, com 35.937 hectares, e de Coimbra, com 25.593 hectares.
O incêndio que provocou maior área ardida no distrito de Castelo Branco teve a sua origem na freguesia de Várzea Dos Cavaleiros, concelho da Sertã, e consumiu 29.752 hectares de espaços florestais (80% do total ardido no distrito). Já em termos de ocorrências, o distrito com maior número é o Porto (2969), seguido de Braga (1333) e Viseu (1203).
"Em qualquer um dos casos as ocorrências são maioritariamente fogachos, ou seja, ocorrências de reduzida dimensão que não ultrapassam 1 hectare de área ardida. No caso específico do distrito do Porto a percentagem de fogachos é de 89%", esclarece o relatório do INCF. Da análise do índice de severidade diário (DSR), acumulado desde 1 de Janeiro, o ICNF indica que 2017 é o segundo ano mais severo desde 2003, ultrapassado apenas por 2005.
Face às condições meteorológicas adversas, favoráveis à propagação de incêndios florestais, a Autoridade Nacional de Protecção Civil decretou, até à data, 66 dias de alerta especial de nível amarelo ou superior do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais (DECIF), dos quais se destacam 28 dias em Agosto, acrescenta o relatório.
O número de ocorrências registado mensalmente mostra que apenas os meses de Janeiro, Abril e Junho de 2017 ficaram acima das médias mensais do decénio 2007-2016. Em Agosto registou-se o maior número mensal de ocorrências (3921). O mês de Agosto lidera com a maior área ardida em Portugal Continental (81.313 hectares), que representa cerca de 38% da área ardida total até à data.
Quanto aos grandes incêndios (com área total afectada igual ou superior a 100 hectares), até 31 de Agosto registaram-se 123 incêndios desta categoria, que queimaram 193.111 hectares de espaços florestais, cerca de 90% do total da área ardida. Segundo os dados do ICNF, os piores anos de sempre em área ardida registaram-se em 2003 (425.839 hectares) e 2005 (339.089).
Quase 79% de Portugal continental encontrava-se em Julho em situação de seca severa e extrema, segundo o boletim climatológico do Instituto Português do Mar e da Atmosfera, que aponta um ligeiro desagravamento da seca severa (passou de 72,3% para 69,6%) e um pequeno agravamento na seca extrema (passou de 7,3% para 9,2%).