Onde ver um céu nocturno de qualidade
Não existe em Portugal Continental nenhum local onde o céu nocturno esteja totalmente livre de poluição luminosa, mas há locais onde o céu tem boa qualidade.
– A reserva de céu escuro Starlight Tourism Destination do Alqueva, não sendo a única zona do Alentejo com céu de qualidade, é actualmente a única região com dimensão e infraestruturas ajustadas aos requisitos de observação nocturna do céu, com uma rede de alojamentos preparada para os horários mais tardios (seja de noite, seja no horário de saída) que uma observação astronómica normalmente requer, e munidas, algumas, com equipamento apropriado para a observação (telescópios, por exemplo), com pessoal formado para orientar as observações.
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– A reserva de céu escuro Starlight Tourism Destination do Alqueva, não sendo a única zona do Alentejo com céu de qualidade, é actualmente a única região com dimensão e infraestruturas ajustadas aos requisitos de observação nocturna do céu, com uma rede de alojamentos preparada para os horários mais tardios (seja de noite, seja no horário de saída) que uma observação astronómica normalmente requer, e munidas, algumas, com equipamento apropriado para a observação (telescópios, por exemplo), com pessoal formado para orientar as observações.
– O Parque Nacional da Peneda-Gerês, que, em conjunto com o parque galego Baixa Límia – Serra do Xurés, formam o Parque Transfronteiriço Gerês-Xurés, classificado como Reserva da Biosfera, possui ainda um céu de boa qualidade, sobretudo o céu virado a Norte ou Nordeste. O Minho e o Grande Porto (distando entre 60 a 110 km em linha recta) têm, actualmente, um impacto relevante no Parque Nacional.
– O Parque Natural de Montesinho, a Reserva Natural da Serra da Malcata, a Reserva da Faia Brava (Figueira de Castelo Rodrigo) possuem também ainda céus nocturnos de qualidade. A região centro entre Coimbra e Castelo Branco (incluindo por exemplo a serra da Lousã) tem também um céu, em algumas regiões, de boa qualidade. Trás-os-Montes, Beira Alta e Beira Baixa, principalmente na região raiana e longe de cidades ou vilas, possuem céus com qualidade também boa ou aceitável. O crescimento ou alteração da iluminação de cidades como Castelo Branco, Coimbra, Viseu, e muitas outras, bem como das suas vizinhanças, tem comprometido a qualidade do céu em regiões que não tinham fontes de poluição luminosa muito concentradas.
Nos céus destas regiões é possível, numa noite limpa e sem luar, ver ainda facilmente a Via Láctea e, com binóculo ou telescópio, objectos do céu profundo. Porém, saliente-se que nenhum deles tem o céu de há apenas alguns anos. A ideia-chave de reduzir e controlar a iluminação é sempre a de melhorar, não a de colocar as localidades às escuras – a não ser aquelas que optem deliberadamente por o fazer temporariamente, como já várias fazem, cá e em outros países, desligando as luzes nas horas de menor circulação de pessoas. O propósito de desligar ou reduzir tem sido quase exclusivamente o de poupar, não o de melhorar o ambiente nem o céu nem de preocupações com a saúde.
Este artigo encontra-se publicado no P2, caderno de Domingo do PÚBLICO