Com mais um hat-trick, Ronaldo ultrapassou Pelé
Portugal derrotou no Estádio do Bessa as Ilhas Feroé, por 5-1, e continua a depender apenas de si para garantir o apuramento directo para o Mundial.
Mais um jogo, mais um marco histórico na carreira de Cristiano Ronaldo. O capitão da selecção nacional apontou nesta quinta-feira um hat-trick às Ilhas Feroé e passou a somar 78 golos por Portugal, mais dois do que conseguiu Pelé com a camisola do Brasil. No Estádio do Bessa, a equipa portuguesa marcou cedo, mas apenas na última meia hora construiu uma goleada (5-1) que a mantém a três pontos da Suíça e a depender de si para garantir o apuramento directo para o Mundial 2018.
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Mais um jogo, mais um marco histórico na carreira de Cristiano Ronaldo. O capitão da selecção nacional apontou nesta quinta-feira um hat-trick às Ilhas Feroé e passou a somar 78 golos por Portugal, mais dois do que conseguiu Pelé com a camisola do Brasil. No Estádio do Bessa, a equipa portuguesa marcou cedo, mas apenas na última meia hora construiu uma goleada (5-1) que a mantém a três pontos da Suíça e a depender de si para garantir o apuramento directo para o Mundial 2018.
Dez meses e 22 dias depois de Portugal despachar, em Tórshavn, as Ilhas Feroé com meia-dúzia de golos, a maioria dos cerca de 25 mil adeptos que encheram o Estádio do Bessa esperariam, no mínimo, que a selecção nacional repetisse a dose. Para o campeão europeu, um modesto conjunto de jogadores, quase todos amadores, de um arquipélago de 18 ilhas habitadas por menos de 50 mil habitantes não deveria ser um problema difícil de resolver. E a tese saiu reforçada ao fim de 128 segundos: assistência perfeita de Bernardo Silva e Cristiano Ronaldo, com “meia bicicleta”, marcou de forma acrobática o 12.º golo na qualificação. Com (quase) todo jogo por disputar, o quebra-cabeças feroês parecia resolvido.
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Na realidade, porém, durante uma hora a resolução do problema não foi assim tão simples. Longe dos tempos em que sofriam goleada atrás de goleada, as Ilhas Feroé continuam a ser uma selecção modesta, mas com Lars Olsen, antigo defesa e capitão da Dinamarca que venceu o Euro 92, como seleccionador, ganharam dignidade e alguma competência: nos últimos 25 jogos oficiais, apenas por quatro vezes (duas contra Portugal) sofreram mais do que três golos.
Sabendo que qualquer deslize antes de 10 de Outubro, quando a Suíça se deslocar ao Estádio da Luz, empurrará Portugal para o play-off, Fernando Santos pareceu querer fazer no Bessa um ensaio para o exame de domingo, na Hungria. Fora de combate no Sporting desde 18 de Agosto devido a uma “mialgia na coxa direita”, William surgiu no “onze” — foi dos melhores em campo —, mas a surpresa foi a ausência de um “extremo puro”: Gelson, Quaresma e Bruma ficaram no banco.
Com um golo marcado cedo, mas um jogo demasiado afunilado no ataque — Bernardo Silva e João Mário procuram quase sempre espaços interiores —, o futebol de Portugal tornou-se previsível e a segunda oportunidade pertenceu a Edmundsson (17’). A resposta portuguesa foi pouco convincente, mas Jacobsen, com muita ingenuidade à mistura, derrubou João Mário aos 29’ na grande área e Ronaldo aproveitou para bisar.
O cenário de facilidades voltava a pairar no Bessa e pareceu contagiar a defesa nacional. Aos 38’, numa jogada que foi a imagem de marca dos vizinhos islandeses no Euro 2016, um lançamento lateral de Naes foi desviado na área por Fonte e Baldvinsson, que joga na 3.ª divisão da Noruega, rematou sem hipóteses para Patrício. Com apenas um golo de vantagem, Fernando Santos foi para o intervalo visivelmente insatisfeito e o descontentamento do seleccionador resultou numa atitude diferente na segunda parte.
Mais pressionante, Portugal procurou atacar mais, deu menos tempo aos nórdicos para respirarem e, em meia-dúzia de minutos, os dois protagonistas do jogo colocaram um ponto final na resistência das Ilhas Feroé: aos 58’, Ronaldo ofereceu a William o 3-1; seis minutos depois, o médio fez a assistência para o quinto hat-trick do avançado pela selecção. Com 28 golos nas fases de apuramento da UEFA para Mundiais, Ronaldo ultrapassou Shevchenko (26) e estabeleceu um novo máximo.
Com a sexta vitória consecutiva no apuramento para a Rússia garantida, as atenções viravam-se para o jogo de domingo no Groupama Arena, em Budapeste, contra a Hungria, mas o recém-entrado Nelson Oliveira ainda foi a tempo de assinalar o seu regresso à selecção com um golo, completando a goleada.