Caravela-portuguesa fere uma criança em Sines
Autoridade Marítima Nacional intensificou a vigilância nas praias sob jurisdição da Capitania do Porto de Sines mas não foram encontrados mais exemplares.
Ao final da tarde do passado domingo, uma criança de 11 anos que nadava na praia Vasco da Gama, em Sines, foi picada por uma caravela-portuguesa (Physalia physalis), que é um organismo pluricelular, do grupo dos cnidários. Na realidade, a caravela-portuguesa é um conjunto de animais que se unificam para se alimentarem de pequenas presas marinhas.
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Ao final da tarde do passado domingo, uma criança de 11 anos que nadava na praia Vasco da Gama, em Sines, foi picada por uma caravela-portuguesa (Physalia physalis), que é um organismo pluricelular, do grupo dos cnidários. Na realidade, a caravela-portuguesa é um conjunto de animais que se unificam para se alimentarem de pequenas presas marinhas.
O gabinete de relações públicas da Autoridade Marítima Nacional (AMN) diz que o piquete da polícia marítima de Sines recebeu a indicação do incidente a 27 de Agosto, cerca das 18h40 e que se deslocou de imediato para o local, “tendo verificado que a criança havia sofrido picada por contacto com uma caravela-portuguesa e apresentava ferimentos nos membros superiores”.
Foi assistida na zona balnear pelos nadadores-salvadores que ali prestam serviço e depoisfoi encaminhada para o Hospital do Litoral Alentejano, onde se encontra em observação.
A caravela-portuguesa foi retirada da água com o auxílio de uma rede e os elementos da polícia marítima de Sines fizeram buscas na praia Vasco da Gama “não tendo sido localizados quaisquer outros organismos nas imediações”.
Os militares mantiveram-se em vigilância, na terça-feira, nas diversas praias sob jurisdição da Capitania do Porto de Sines e informaram os nadadores-salvadores em serviço para estarem atentos à possibilidade de surgirem novos casos e como actuar, no caso de surgirem mais organismos. Até ao final do horário da assistência e vigilância a banhistas nas praias (19h de terça) “nenhuma situação foi detectada ou reportada” refere a AMN.
Esta entidade alerta para os riscos que decorrem das toxinas libertadas pela caravela-portuguesa: “causam reações cutâneas e dor intensa quando em contacto com a pele. Se for detectado um organismo destes, os banhistas devem manter-se afastados e não tocar, alertando de imediato os nadadores-salvadores das praias e a Polícia Marítima”.
Quando os tentáculos da caravela portuguesa (que podem chegar a ter 20 metros de comprimento, mas a média são 30 centímetros) são tocados, células deste organismo disparam ferrões microscópicos pelos quais são injectadas toxinas que as atordoam ou matam as presas. Quando a “presa” é um banhista, provoca dores intensas, lesões na pele e, em casos mais graves, problemas cardiorrespiratórios.
É o pneumatóforo ou saco cheio de gás que mantém o organismo à superfície das águas, e faz lembrar uma caravela que é empurrada através das correntes oceânicas. A caravela-portuguesa vive nas águas de todas as regiões tropicais dos oceanos, apresenta cores, azul, rosa e roxa, e o veneno que injecta é semelhante à alfa-latrotoxina presente no veneno da aranha viúva negra.