Manuel Mozos abre e Adirley Queirós fecha o Doclisboa 2017
Ramiro, a nova ficção do cineasta português, é o filme de abertura do festival lisboeta, a 19 de Outubro; o encerramento dá-se com Era uma Vez Brasília, a 28.
É em português que o 15.º Doclisboa abre e fecha este ano a sua programação – mais especificamente com o português Manuel Mozos e o brasileiro Adirley Queirós. O festival, que já tinha anunciado as retrospectivas dedicadas à cineasta checa Vera Chytilova e ao cinema documental do Quebeque, divulgou esta quarta-feira que a sua abertura, a 19 de Outubro, vai ter lugar com a nova longa-metragem de Manuel Mozos.
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É em português que o 15.º Doclisboa abre e fecha este ano a sua programação – mais especificamente com o português Manuel Mozos e o brasileiro Adirley Queirós. O festival, que já tinha anunciado as retrospectivas dedicadas à cineasta checa Vera Chytilova e ao cinema documental do Quebeque, divulgou esta quarta-feira que a sua abertura, a 19 de Outubro, vai ter lugar com a nova longa-metragem de Manuel Mozos.
Ramiro, história de um alfarrabista lisboeta em tom de comédia doce-amarga, é a quinta longa de ficção do autor de Xavier e João Bénard da Costa – Outros Amarão as Coisas que Eu Amei; é também a sua primeira longa de ficção em quase dez anos (a anterior, 4 Copas, data de 2008).
Escrita por Mariana Ricardo e Telmo Churro (habituais colaboradores de Miguel Gomes) e com António Mortágua, Madalena Almeida e Fernanda Neves nos papéis principais, Ramiro, produção O Som e a Fúria, vai ter estreia mundial em abertura do Doclisboa, confirmando que o festival está cada vez mais a fugir à gaveta estrita do cinema do real.
Já a sessão oficial de encerramento, a 28 de Outubro, traz a estreia portuguesa de Era uma Vez Brasília, a nova longa-metragem do brasileiro Adirley Queirós. Com fotografia da portuguesa Joana Pimenta e co-produção da Terratreme Filmes, o filme teve estreia mundial no último Festival de Locarno, onde obteve uma menção especial na secção paralela Signs of Life.
Partindo de bases documentais e de imagens rodadas durante o processo de impeachment de Dilma Rousseff, Era uma Vez Brasília desenvolve-se como um filme de ficção científica sobre a opressão dos subúrbios, na linha do que Queirós fizera na anterior longa Branco Sai Preto Fica. Curiosamente, ambas as longas anteriores dos dois realizadores, Branco Sai Preto Fica e João Bénard da Costa, marcaram presença na edição 2014 do Doclisboa.
O festival, que decorrerá entre 19 e 29 de Outubro, anunciou igualmente que a secção Passagens, dedicada às intersecções entre o cinema e as artes contemporâneas multimédia, terá como convidada a artista e cineasta americana Sharon Lockhart, numa co-produção entre o festival e o Museu Colecção Berardo com curadoria de Pedro Lapa.
Enquanto o programa completo das competições e secções paralelas não é divulgado, podemos desde já ir marcando nas agendas a retrospectiva dedicada a Vera Chytilova, uma das mais importantes figuras do novo cinema da Europa de Leste dos anos 1960 e 1970, comissariada pelo crítico russo Boris Nelepo, e Uma Outra América, retrospectiva que abrange 50 anos de cinema experimental, documental e de autor da província franco-canadiana do Quebeque para investigar a sua influência ao longo dos anos.