Número de consultas no SNS aumenta em 2016, mas 28% ainda estão fora dos tempos máximos

No ano passado, foram realizadas 31 milhões de consultas médicas nas unidades de cuidades de saúde primários, mais dois por cento do que no ano anterior.

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A obstetrícia é uma das especialidades com melhores tempos de espera a nível nacional Rui Gaudêncio

O número de consultas nos centros de saúde e nos hospitais aumentou ligeiramente em 2016, mas mais de uma em cada quatro (28%) continua a ser realizada fora dos tempos máximos de resposta garantidos.

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O número de consultas nos centros de saúde e nos hospitais aumentou ligeiramente em 2016, mas mais de uma em cada quatro (28%) continua a ser realizada fora dos tempos máximos de resposta garantidos.

Segundo o relatório sobre o acesso a cuidados de saúde referente ao ano passado, a que a agência Lusa teve acesso, foram realizadas, em 2016, cerca de 31 milhões de consultas médicas nas unidades de cuidados de saúde primários, o que representou um crescimento de dois por cento em relação ao ano anterior.

Contudo, este crescimento deveu-se, sobretudo, a consultas não presenciais (que cresceram mais de 6%), um aumento que se estendeu também aos domicílios médicos (mais um por cento). As consultas presenciais tiveram em 2016 um crescimento de apenas 0,5%.

Quanto às consultas hospitalares, cresceram 0,4% em 2016. O aumento de primeiras consultas (mais 0,9%) foi superior ao das consultas de seguimento.

Na análise de algumas das especialidades médicas com mais actividade, verifica-se contudo que decresceu o número de consultas em anestesiologia, cirurgia geral, dermatologia, estomatologia, ginecologia, obstetrícia, medicina física e de reabilitação, medicina interna, pediatria e gastroenterologia.

O aumento percentual mais significativo de 2015 para 2016 ocorreu nas consultas de hematologia clínica, de imuno-alergologia, de pneumologia e de otorrinolaringologia.

A média nacional de consultas realizadas dentro dos tempos máximos de resposta garantidos foi de 72% em 2016, o que significa que quase 30% das consultas ainda ocorrem além dos tempos definidos por lei.

Contudo, o relatório salienta que se registou "uma melhoria significativa do grau de cumprimento dos tempos máximos de resposta garantidos nos níveis de prioridade clínica mais elevados".

Nos níveis "prioritário" e "muito prioritário" houve no ano passado um aumento das consultas dentro dos tempos definidos na lei, mas já no nível de prioridade "normal" ocorreu um inverso, tendo diminuído as consultas dadas dentro do tempo máximo garantido.

As especialidades com melhor cumprimento dos tempos máximos a nível nacional são a medicina tropical, a cirurgia cardiotorácica e a obstetrícia. Na posição oposta surgem a oftalmologia, a reumatologia e a dermato-venerologia.