“Todas as opções estão em cima da mesa”, lembra Trump a Pyongyang

"A ONU tem de fazer alguma coisa a sério", diz embaixadora dos EUA nas Nações Unidas, após lançamento de míssil pela Coreia do Norte que sobrevoou o Japão

Foto
Forças de autodefesa japonesas durante exercício convocado de emergência após lançamento de míssil norte-coreano Reuters/ISSEI KATO

O Presidente dos EUA, Donald Trump, condenou o lançamento de um míssil norte-coreano, que sobrevoou parte do território japonês na noite passada, lembrando ao regime de Pyongyang que “todas as opções estão em cima da mesa”.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O Presidente dos EUA, Donald Trump, condenou o lançamento de um míssil norte-coreano, que sobrevoou parte do território japonês na noite passada, lembrando ao regime de Pyongyang que “todas as opções estão em cima da mesa”.

“O mundo recebeu a mais recente mensagem da Coreia do Norte de forma audível e clara: este regime mostrou desprezo pelos seus vizinhos, por todos os membros das Nações Unidas, e pelos padrões mínimos do comportamento internacional aceitável”, afirmou Trump, de acordo com um comunicado divulgado pela Casa Branca.

O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, considerou o ensaio balístico norte-coreano uma “acção irreflectida e sem precedentes”. Trump e Abe falaram ao telefone e prometeram “aumentar a pressão sobre a Coreia do Norte”.

Foi convocada uma reunião do Conselho de Segurança da ONU, onde a embaixadora norte-americana nas Nações Unidas, Nikki Haley, apelou a uma viragem de política. "Nenhum país pode lançar mísseis sobre 130 milhões pessoas, como no Japão. É inaceitável", disse. "A Coreia do Norte violou todas as resoluções aprovadas pelo Conselho de Segurança, por isso temos de fazer alguma coisa a sério", declarou, tendo acrescentado esperar que a Rússia e a China continuem a trabalhar com o resto dos países do Conselho de Segurança, na reunião desta terça-feira sobre a Coreia do Norte.

Nos últimos anos, a Coreia do Norte tem redobrado os lançamentos de mísseis, em violação de várias resoluções das Nações Unidas, mas a rota do míssil desta terça-feira (sobrevoando território japonês) é pouco comum. Em 1998 e 2009, Pyongyang lançou projécteis que sobrevoaram o Japão, mas garantiu estarem relacionados com o seu programa de satélites e, portanto, não teriam fins militares.

As primeiras análises indicam que o míssil disparado é da classe Hwasong-12, de médio alcance, e terá viajado mais de 2700 quilómetros, alcançando uma altitude de 550 quilómetros, antes de se despenhar no oceano Pacífico e se separar em três partes. O Japão não tentou abater o míssil, diz a BBC, mas foram emitidos avisos para a população da ilha de Hokkaido procurar abrigo.

O regime norte-coreano diz que os testes balísticos são justificados como medida de “autodefesa” do país perante a ameaça dos Estados Unidos. “Agora que os EUA declararam abertamente as suas intenções hostis em relação à República Popular Democrática da Coreia, intensificando os exercícios militares conjuntos agressivos, o meu país tem todas as razões para responder com contramedidas duras, como forma de exercício dos seus direitos de autodefesa”, afirmou o embaixador norte-coreano na ONU, Han Tae-song, durante a Conferência para o Desarmamento, em Genebra.

Os EUA e a Coreia do Sul iniciaram a 21 de Agosto uma série de manobras militares conjuntas – marcadas todos os anos para Agosto – que envolvem até ao fim do mês dezenas de milhares de tropas em exercícios no mar, terra e ar.