Harvey chega ao Luisiana. Já fez pelo menos 22 mortos
Trump diz que os estragos provocados pela tempestade poderão ser a "coisa mais cara da história do país". Número de mortos aumenta de dez para 18 e é expectável que continue a aumentar.
Ao sétimo dia, a tempestade Harvey começa a alastrar do Texas para o estado da Luisiana, o número de mortos subiu para pelo menos 18, o volume de chuva bateu recordes, duas grandes barragens nos arredores de Houston começaram a transbordar e Donald Trump chegou ao local da catástrofe, começando a fazer contas aos estragos. Na terça-feira, o balanço era de dez mortos, mas os dados mais recentes quase duplicam o número de vítimas mortais, de acordo com a Associated Press. Ao início desta manhã de quarta-feira o The Washington Post já subia mesmo o número para as 22 vítimas. As autoridades já avisaram que o balanço final pode ser muito superior.
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Ao sétimo dia, a tempestade Harvey começa a alastrar do Texas para o estado da Luisiana, o número de mortos subiu para pelo menos 18, o volume de chuva bateu recordes, duas grandes barragens nos arredores de Houston começaram a transbordar e Donald Trump chegou ao local da catástrofe, começando a fazer contas aos estragos. Na terça-feira, o balanço era de dez mortos, mas os dados mais recentes quase duplicam o número de vítimas mortais, de acordo com a Associated Press. Ao início desta manhã de quarta-feira o The Washington Post já subia mesmo o número para as 22 vítimas. As autoridades já avisaram que o balanço final pode ser muito superior.
Ao longo do dia desta terça-feira, várias barragens do Texas foram chegando ao seu limite. Em duas delas, situadas nos arredores de Houston, foram sendo feitas descargas, mas rapidamente voltaram a encher-se e pensa-se que já começaram a transbordar. Por isso, as autoridades avisaram as localidades próximas que podem sofrer um aumento repentino das cheias em consequência desta situação.
Em concreto, as maiores preocupações residem nas Barragens de Addicks e de Barker, que controlam as águas do rio Buffalo. No caso da de Addicks, a água terá ultrapassado os 32,9 metros de altura, excedendo, por isso, a sua capacidade. No caso da de Barker, os medidores do volume foram afectados pelo dilúvio e não funcionam.
Esta situação pode resultar naturalmente em mais cheias nas localidades próximas, mas as consequências reais são imprevisíveis. O mayor de Houston decretou para a noite de terça-feira um recolher obrigatório entre a meia-noite e as 5h (entre as 6h e as 11h, hora de Lisboa). Durante a manhã desta quarta-feira, as autoridades alertaram para uma segunda passagem da tempestade tropical associada ao furacão Harvey. A Luisiana deverá ser uma das regiões atingidas.
Também durante o dia de terça-feira, as autoridades do condado de Brazoria, no Sul de Houston, lançaram o alarme devido a um rebentamento de um dique no lago Colúmbia: “Partam agora!”, avisaram numa publicação no Twitter.
Esta terça-feira, o Presidente norte-americano, Donald Trump, chegou ao Texas e aproveitou para começar a perspectivar os possíveis custos dos estragos provocados pelo Harvey. “Provavelmente nunca houve nada tão caro na história do nosso país”, afirmou, citado pela CNN, aos repórteres no centro de operações na cidade de Austin, no Texas. “A parte triste é que isto é a longo prazo. Ninguém viu nada tão longo. Ninguém viu este tipo de água”, continuou. “Nós vamos trabalhar com o Congresso. Vai ser uma proposta dispendiosa”, previu.
O Serviço Nacional Meteorológico norte-americano anunciou que a tempestade bateu recordes, revelando que na área de Cedar Bayou o volume de chuva atingiu as 51,88 polegadas (quase 132 centímetros). o que, segundo a Associated Press, é o maior valor alguma vez registado na parte continental dos Estados Unidos, uma vez que, em 1950, a chuva chegou às 52 polegadas (pouco mais de 132 centímetros) no Havai.
Outra preocupação são dois reactores nucleares localizados a cerca de 145 quilómetros de Houston que continuam a funcionar, sob acompanhamento atento dos organismos de fiscalização. Foi o próprio porta-voz da central nuclear, Buddy Eller, que informou que os reactores continuam a funcionar, apesar da ferocidade da tempestade. “Tivemos uma chuva significativa, mas as cheias não são um problema aqui”, afirmou à Reuters.
Apesar destas explicações, três organizações, a Coligação para o Desenvolvimento da Energia Sustentável e Económico, a Associação de Energia Responsável do Texas do Sul e a organização não-governamental sem fins lucrativos Beyond Nuclear, apelaram a que a classe política, os proprietários dos reactores e os reguladores mandem suspender imediatamente o funcionamento da central, receando a segurança dos trabalhadores e da população local em caso de acidente.