Facebook corta anúncios a páginas que partilham notícias falsas
Rede social está a tentar reduzir a disseminação de mentiras. Medida pretende diminuir incentivos financeiros.
Uma página do Facebook que tenha partilhado repetidamente notícias falsas vai deixar de poder comprar anúncios na rede social, perdendo assim acesso a uma técnica frequentemente usada para aumentar o número de visitantes, e as receitas, dos sites que publicam aquele género de conteúdo.
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Uma página do Facebook que tenha partilhado repetidamente notícias falsas vai deixar de poder comprar anúncios na rede social, perdendo assim acesso a uma técnica frequentemente usada para aumentar o número de visitantes, e as receitas, dos sites que publicam aquele género de conteúdo.
A nova regra, anunciada nesta segunda-feira, faz parte de uma série de medidas que a rede social tem vindo a pôr em prática desde o rescaldo das eleições americanas e com as quais tenta controlar a disseminação de desinformação entre 1,8 mil milhões de utilizadores em todo o mundo.
O Facebook está a trabalhar com organizações especializadas em verificações de factos para determinar que artigos partilhados na rede social contêm mentiras. Estes artigos já tinham sido banidos da plataforma de anúncios, o que significa que os respectivos sites não podem pagar para os promover. Esta promoção permite aos sites (que habitualmente têm uma página de Facebook associada) mostrarem a publicação a mais pessoas, ganhando assim tráfego, que por sua vez pode ser rentabilizado com anúncios. É uma técnica também usada por outros sites, incluindo os de órgãos de comunicação.
Agora, um site que publique frequentemente artigos falsos deixa de poder promover as suas páginas, independentemente do conteúdo. No entanto, ressalva o Facebook, se o site deixar de partilhar notícias falsas, poderá voltar a ter a possibilidade de comprar anúncios (o negócio da empresa assenta na venda de anúncios dentro das suas plataformas).
O papel dos gigantes tecnológicos, especialmente do Facebook, na formação de opinião e nas intenções de voto tornou-se um tema de discussão pública após a eleição de Donald Trump. A rede social, bem como o Google, foram acusados várias vezes de terem uma atitude demasiado permissiva, não assumindo a responsabilidade pelos conteúdos partilhados. As empresas de Internet são tradicionalmente cautelosas em filtrar o conteúdo e preferem assumir-se como plataformas relativamente neutras, embora tenham regras contra a publicação de alguns tipos de conteúdo, como discurso de ódio e imagens pornográficas, entre outros.
A pressão pública, contudo, acabou por fazer com que Google e Facebook tenham tomado medidas contra os sites de notícias falsas. Algumas destinam-se a aumentar a informação dos utilizadores sobre o fenómeno. Outras têm como objectivo mitigar as fontes de receita daqueles sites. A nova regra “ajuda a cortar os incentivos económicos e reduz a disseminação de notícias falsas, o que é mais um passo rumo a construir uma comunidade mais informada no Facebook”, afirmou a empresa, em comunicado.
Na semana passada, a rede social anunciou que vai tornar mais visível a fonte dos artigos partilhados, com o objectivo de ajudar as pessoas a reconhecer aqueles que são provenientes de fontes fiáveis.