Os políticos também fazem “like” nas redes sociais
Fazer campanha nas redes sociais é a nova forma de fazer política. Com as autárquicas à porta, são muitos (para não dizer quase todos) os candidatos que optam por marcar presença nas novas plataformas
Fazer log in, activar a câmara e começar. Fazer directos para o Facebook nunca esteve tão na moda entre os políticos. Usam as redes sociais como forma de se aproximarem da população e de marcarem presença no mundo da Internet. Aqui a mensagem é transmitida muito rapidamente, chegando a um grande número de pessoas, com especial destaque para as camadas jovens. Parece ser a nova receita de comunicação dos políticos: fácil, rápida e acessível a muita gente. Ainda por cima é uma campanha barata.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Fazer log in, activar a câmara e começar. Fazer directos para o Facebook nunca esteve tão na moda entre os políticos. Usam as redes sociais como forma de se aproximarem da população e de marcarem presença no mundo da Internet. Aqui a mensagem é transmitida muito rapidamente, chegando a um grande número de pessoas, com especial destaque para as camadas jovens. Parece ser a nova receita de comunicação dos políticos: fácil, rápida e acessível a muita gente. Ainda por cima é uma campanha barata.
Em vésperas de eleições autárquicas, os candidatos recorrem às redes sociais para se darem a conhecer, mostrarem o seu projecto de candidatura e apelarem ao voto. Mas se a maioria está presente nas redes sociais, apenas uma pequena fatia utiliza activamente essas plataformas como forma de comunicação.
A Comissão Nacional de Eleições está ainda a habituar-se aos novos formatos das campanhas, que ainda são pouco reguladas. Este ano, a entidade que supervisiona os processos eleitorais deu algumas instruções nesse sentido: os candidatos são agora proibidos, por exemplo, de fazer publicações patrocinadas nas redes sociais para efeitos de propaganda.
Do Facebook ao Instagram
Há gostos para tudo, mas é, sobretudo, no Facebook que os políticos têm centrado a sua acção. Comunicados, respostas a polémicas ou declarações dos candidatos autárquicos já são divulgados e partilhados nessa rede social, atingindo assim muitos milhares de pessoas.
Um caso de político activo no Facebook é Adolfo Mesquita Nunes, candidato pelo CDS à Câmara da Covilhã, que o utiliza como uma ferramenta para fazer campanha. Com mais de três mil gostos, a sua página é utilizada para partilhar vídeos com propostas do programa eleitoral, directos e outras mensagens. Um dos últimos vídeos que Adolfo Mesquita Nunes fez em directo, a 18 de Agosto, teve quase cinco mil visualizações.
No Instagram, Rui Moreira, candidato independente à Câmara do Porto, é um dos que mais se destacam. Com cerca de dois mil seguidores, a comunicação de Moreira no Instagram inclui fotografias do candidato com a população, imagens relacionadas com projectos da campanha e fotografias da cidade a que quer continuar a presidir.
Já no Twitter, ainda uma rede de nicho em Portugal, a candidata do partido Livre à Câmara de Oeiras, Safaa Dib, é das mais activas. O número de seguidores ultrapassa os 1500 e já conta, ao todo, com mais de 57 mil tweets. A candidata escreve várias mensagens por dia nesta rede social, que vão muito além das autárquicas. Não faz campanha directamente, mas dá-se a conhecer a si e às suas opiniões.
Quebrar barreiras
O exemplo de André Couto já vem de trás. Agora no fim do mandato de presidente da Junta de Freguesia de Campolide, em Lisboa, André Couto está presente no Facebook com uma estrutura bem definida. Todas as quintas-feiras, há um vídeo em directo. O objectivo é responder a perguntas e dúvidas da população.
Em Março deste ano, o PÚBLICO falou com André Couto, 35 anos, ainda na qualidade de presidente. Uma das suas prioridades foi quebrar barreiras e apostar numa melhor comunicação com os cidadãos. Foi desta forma que o autarca chegou ao Facebook, porque “sentia que tinha de haver espaço entre cidadãos e os seus eleitos”. A inspiração para fazer vídeos em directo partiu de um jogador de futebol. Enquanto conduzia, André Couto ouvia na rádio que o futebolista Bernardo Silva tinha feito um vídeo em directo no Facebook a responder a perguntas dos seus fãs. “E eu pensei: ‘porque não um presidente da junta de freguesia fazer o mesmo?’”, conta André.
A ideia foi posta em prática e hoje o presidente da junta de Campolide é um dos exemplos de políticos que usam activamente as redes sociais. O directo começa habitualmente com o chamado "follow up". André dá a conhecer medidas que tenham sido tomadas, problemas resolvidos ou avanços em determinados processos reclamados pela população.
Depois disso, o autarca responde a perguntas colocadas pelas pessoas naquele momento. “É uma forma de mostrar proximidade às pessoas e de dar resposta às suas preocupações.” E foi precisamente essa proximidade, descontracção e abertura nas respostas que André quis fomentar. “Quando recebemos um telefonema, estamos só a responder a uma pessoa. Quando respondemos a um e-mail, temos tempo para pensar numa resposta. Aqui, é diferente. Sabemos que estão dezenas ou centenas de pessoas a ouvir, e temos de responder imediatamente”, explica.
Entre perguntas relacionadas com a freguesia, com obras e os seus bairros, André Couto alcançou até agora com os seus directos no Facebook uma média de cerca de 2700 visualizações por vídeo, sendo que o mais visto teve cerca de 12 mil visualizações. Não basta para se tornar viral, mas já é um número considerável.