Passos Coelho diz que nem a tragédia de Pedrógão deu sentido de Estado a Costa

O primeiro-ministro procura esconder o fracasso da sua governação atacando aqueles que denunciam esse fracasso", disse o líder do PSD.

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Pedro Passos Coelho LUSA/NUNO VEIGA

Com compromissos na agenda das autárquicas para cumprir, Pedro Passos Coelho aproveitou este domingo a apresentação de candidaturas para responder às críticas do primeiro-ministro aos partidos da oposição, a propósito da floresta, e à confirmação, por António Costa, do aumento do número de escalões de IRS. Depois de ter ouvido o líder do PS e do Governo dizer que foi preciso os incêndios deste Verão para PSD e CDS “acordarem” para a floresta, Passos Coelho ripostou: “Nem uma tragédia como a de Pedrógão deu sentido de Estado e seriedade política ao primeiro-ministro.”

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Com compromissos na agenda das autárquicas para cumprir, Pedro Passos Coelho aproveitou este domingo a apresentação de candidaturas para responder às críticas do primeiro-ministro aos partidos da oposição, a propósito da floresta, e à confirmação, por António Costa, do aumento do número de escalões de IRS. Depois de ter ouvido o líder do PS e do Governo dizer que foi preciso os incêndios deste Verão para PSD e CDS “acordarem” para a floresta, Passos Coelho ripostou: “Nem uma tragédia como a de Pedrógão deu sentido de Estado e seriedade política ao primeiro-ministro.”

O líder do PSD, que falava em Ribeira de Pena, distrito de Vila Real, considerou que o discurso do primeiro-ministro se tornou um “clássico”, insistindo em “esconder o fracasso da sua governação atacando aqueles que denunciam esse fracasso”. O ex-primeiro-ministro devolve as responsabilidades com o que se está a passar na Protecção Civil no que diz respeito ao combate aos incêndios, tendo em conta que o Governo já está em funções há quase dois anos. “O país arde e a Protecção Civil mostra-se impotente para resolver a situação”, afirmou. Apontou falta de seriedade ao chefe do executivo: “O primeiro-ministro acha que a culpa é da oposição.”

Assumindo que o PSD votou contra grande parte do pacote fiscal recentemente aprovado na Assembleia da República, Passos Coelho justificou a posição — “não é reforma nenhuma” — e criticou as propostas. Trata-se de uma “concessão” do Governo ao Bloco de Esquerda, fazendo uma espécie de proibição administrativa do eucalipto. “E chamou a isto a reforma da floresta.”

No CDS, a líder do partido, Assunção Cristas, apenas hoje deverá pronunciar-se sobre o discurso de Costa, mas os democratas-cristãos rejeitam só ter acordado para o assunto este Verão e lembram que a esquerda chumbou propostas para a floresta em 2016.

Pedro Passos Coelho, que liderou o Governo PSD-CDS/PP, acusou ainda António Costa de se ter esquecido dos problemas havidos este ano com o SIRESP (rede de comunicações de segurança e emergência), sistema esse que “contratou quando era ministro da Administração Interna”.

Passos Coelho também qualificou como pouco sério o anúncio do aumento dos escalões do IRS pelo primeiro-ministro. “O nível de escalões que hoje existe, o nível de progressividade que existe no IRS é adequado”, sustentou o presidente do PSD, que desafiou o executivo a intervir no plano fiscal sem alterar o escalonamento definido para os rendimentos das pessoas singulares. “Se o Governo entende que há condições para aliviar a carga fiscal, que o faça sobre os escalões que existem”, defendeu, considerando que esta maneira de governar é “interesseira” e significa “fazer demagogia, propaganda e populismo”.

Passos Coelho referiu que o aumento dos escalões, “este ano um e para o ano outro”, não configura uma medida “estrutural para o futuro”.

“Do meu ponto de vista, a forma como está a ser gerida a questão dos escalões é apenas para manter equilíbrios de sobrevivência política do próprio Governo que depende do Bloco de Esquerda e do PCP, que querem (...), de preferência, que voltemos aos nove escalões que existiam, se não mais. E o Governo acha que é assim que se faz política”, sublinhou.