“Más políticas florestais deram estes maus resultados”, diz Costa

O primeiro-ministro defende ministra da Administração Interna e diz que o país, para continuar a convergir com a União Europeia em termos de crescimento económico tem que manter as políticas deste executivo.

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Luís Forra/Lusa

À chegada a Faro, para a festa de rentrée política do PS, António Costa nem por uma vez falou das negociações com os parceiros de coligação para o Orçamento do Estado, mas nem por isso deixou de os referir nas entrelinhas. Trazia ensaiada uma mensagem que vai repetir nos próximos dias: as políticas que adoptou são para dez anos e mostram que é possível crescer e consolidar as contas públicas. Para essa mensagem, agarrou nos resultados da execução orçamental que, garante o ministro das Finanças, asseguram desde já o cumprimento das metas do défice.

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À chegada a Faro, para a festa de rentrée política do PS, António Costa nem por uma vez falou das negociações com os parceiros de coligação para o Orçamento do Estado, mas nem por isso deixou de os referir nas entrelinhas. Trazia ensaiada uma mensagem que vai repetir nos próximos dias: as políticas que adoptou são para dez anos e mostram que é possível crescer e consolidar as contas públicas. Para essa mensagem, agarrou nos resultados da execução orçamental que, garante o ministro das Finanças, asseguram desde já o cumprimento das metas do défice.

“Temos necessidade de nos prepararmos para uma estratégia de media prazo, para conseguirmos dar nos próximos dez anos a continuidade a este momento de convergência que não tínhamos desde a adesão ao euro” - esta frase, já dita várias vezes por António Costa, desde que lançou a estratégia para a década, tem desta vez um contexto específico: começaram as negociações com PCP, BE e PEV para o Orçamento do Estado para 2018 e os partidos da esquerda insistem em que se utilize a folga conseguida com o crescimento da economia para acelerar algumas medidas. A isso, Costa vai já avisando: “Aquilo que temos de assegurar é a continuidade na mudança de políticas que está a ter bons resultados na economia. Há uma ideia que precisamos de ter presente: boas políticas dão bons resultados, más políticas dão maus resultados”, disse.

Mas não ficou por aqui. Para o primeiro-ministro, há “bons exemplos da nossa politica económica de reposição dos rendimento das famílias, incentivo aos investimento e desenvolvimento dos serviços públicos” e “estão a dar bons resultados: bom crescimento económico, consolidação orçamental sustentada e emprego, emprego, emprego”. E isso faz com que o país esteja “a crescer mais do que a média da União Europeia. Não pode ser um pequeno intervalo numa longa estagnação, é necessário ser prolongado para a próxima década”.

Além das políticas económicas, Costa falou de outras, nomeadamente florestais, por causa dos incêndios. “Más políticas florestais deram estes maus resultados”, disse. Questionado sobre as críticas à actuação da Protecção Civil, António Costa diz que vai esperar pelos resultados do relatório da comissão independente – “quem propôs a comissão foi o PSD, não foi o PS nem o Governo”, disse – antes de tomar alguma atitude. Perante as críticas do PSD, o primeiro-ministro defendeu a actuação da ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa. “Há falhas que são detectadas e são logo corrigidas. Detectou-se que era essencial, que era preciso fazer algo a que governos anteriores não deram seguimento, reforçar antenas satélite. A actual ministra concretizou a aquisição dessas antenas satélite”, frisou.

PT “finalmente” a trabalhar com o Governo

Nas declarações ao jornalistas, o primeiro-ministro, este sábado na pele de secretário-geral do PS, não deixou de enviar outro recado, mesmo que subtil à PT. Depois de meses em que António Costa não escondeu abertamente as críticas à empresa de telecomunicações que já foi pública e agora é detida pelos franceses da Altice, à chegada a Faro acabou por dizer que a PT está “finalmente a trabalhar com o Governo” para encontrar uma solução para criar uma rede de redundância para o sistema de emergência nacional, SIRESP.

“Ainda ontem a PT veio reconhecer, e está a trabalhar finalmente com o Governo, para podermos ter uma solução de podermos enterrar os cabos e termos um sistema de redundância”, disse António Costa. O primeiro-ministro não referiu, contudo, que a empresa disse que esta solução era difícil, uma vez que não existem as infra-estruturas necessárias para enterrar cabos em muitas zonas do interior do país.