Pelo diálogo, não ao boicote
O movimento BDS em Portugal pretende quebrar as pontes que cada vez mais se estabelecem entre portugueses e israelitas, todo o tipo de israelitas: da esquerda à direita, religiosos e seculares, judeus e árabes, jovens e idosos.
Desde a sua independência em 1948, Israel tem sido confrontado com diversas tentativas de minar a sua legitimidade. Essas tentativas incluíram, no passado, ataques militares com a invasão dos exércitos árabes após a declaração da independência em 1948, a Guerra dos Seis Dias em 1967 e a Guerra do Yom Kippur 1973. Depois, pela via económica, com o permanente boicote árabe e a crise do petróleo de 1973, quando os países da OPEP reduziram as vendas de petróleo para fazer disparar os preços e forçar o mundo a rejeitar Israel.
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Desde a sua independência em 1948, Israel tem sido confrontado com diversas tentativas de minar a sua legitimidade. Essas tentativas incluíram, no passado, ataques militares com a invasão dos exércitos árabes após a declaração da independência em 1948, a Guerra dos Seis Dias em 1967 e a Guerra do Yom Kippur 1973. Depois, pela via económica, com o permanente boicote árabe e a crise do petróleo de 1973, quando os países da OPEP reduziram as vendas de petróleo para fazer disparar os preços e forçar o mundo a rejeitar Israel.
Mas também, a partir dos anos 80, pela via do terrorismo com ataques tanto a civis israelitas como a comunidades judaicas em todo o mundo.
Nos últimos dez anos surgiu na cena internacional, como nos EUA e Europa, um movimento de boicote cultural, económico e académico contra Israel com a sigla BDS. Testemunhámos recentemente alguns incidentes deste movimento em Portugal. É importante realçar que não estou a comparar os promotores destas diferentes metodologias, mas afirmo que todas estas tentativas estão sob a mesma vontade de deslegitimar Israel e resultam da incapacidade desses actores em reconhecer a existência do nosso país.
Em Portugal, o movimento BDS tentou forçar o cancelamento da participação da Companhia de Dança Israelita no Festival de Almada, justificando-o por ser apoiada pela Embaixada de Israel. Apenas há alguns dias o Comité de Solidariedade com a Palestina incentivou 40 estudantes, professores e fotógrafos portugueses, por ocasião do Dia Mundial da Fotografia, ao boicote cultural de Israel. No passado, também o movimento BDS tentou impedir a actuação de artistas portugueses em Israel.
Sabemos que a maioria das pessoas, principalmente em Portugal, são contra estes movimentos, mas consideramos importante insurgir-nos e pronunciar-nos contra eles, especialmente nestes dias em que o populismo e o racismo estão novamente a aumentar.
Por isso, não nos devemos deixar enganar ou confundir. O movimento BDS em Portugal pretende quebrar as pontes que cada vez mais se estabelecem entre os portugueses e israelitas, todo o tipo de israelitas: da esquerda à direita, religiosos e seculares, judeus e árabes, jovens e idosos. Todos nos lembramos do que aconteceu na Europa nos anos 30 e 40, quando pessoas boicotaram outras devido à sua etnia.
Israel não é perfeito, mas é um país em que desfrutamos da liberdade de expressão, em que temos liberdade de imprensa, um sistema judicial forte e independente, um Estado que protege o direito de todas as etnias, minorias religiosas e da comunidade LGBT.
Se o movimento BDS quisesse lutar pela paz e pelo fim da ocupação, deveria defender o fim do incitamento ao terrorismo, o fim da propaganda do ódio. Deveriam promover o diálogo e promover actividades de cooperação entre israelitas e palestinianos. Assim, devemos perguntar: qual é o contributo que o movimento BDS trouxe para o avanço do processo de paz no Médio Oriente ou mesmo para os palestinianos?
Israel continua a estabelecer mais e melhores laços económicos com a maioria dos países do mundo, com uma economia incrivelmente sofisticada e cada vez mais pujante. Israel recebeu, durante este ano, dezenas e dezenas de artistas internacionais incluindo Coldplay, Dire Straits, Justin Bieber, Aerosmith, Guns N’ Roses, Radiohead, entre muitos outros. Companhias de dança israelitas, filmes e cineastas representam Israel nos mais importantes festivais dos Estados Unidos e Europa, incluindo Portugal. Universidades e institutos de investigação lideram algumas das mais importantes pesquisas do mundo.
Israel continuará a estender a mão pela paz e até lá continuará a promover iniciativas de construção de pontes tanto com a sociedade palestiniana como com todos os países do mundo que o desejem.
Não será mais uma tentativa de boicote como o BDS que irá prejudicar Israel, mas o BDS tem de ser denunciado, pois é imoral, baseado no ódio e fomentador da separação. É uma falha moral e perigosa que tem de ser apontada e rejeitada.