Palácio Baldaya abre na próxima semana, apesar de ter sido vandalizado

O palácio na Estrada de Benfica foi alvo de um acto de vandalismo, na madrugada desta sexta-feira mas a Junta não vai adiar a abertura da nova biblioteca pública da freguesia.

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A menos de uma semana da sua abertura, o Palácio Baldaya, em Benfica, foi vandalizado durante a madrugada desta sexta-feira. A presidente da Junta de Benfica, Inês Drummond, garante no entanto que o acto de vandalismo não põe em causa a abertura.

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A menos de uma semana da sua abertura, o Palácio Baldaya, em Benfica, foi vandalizado durante a madrugada desta sexta-feira. A presidente da Junta de Benfica, Inês Drummond, garante no entanto que o acto de vandalismo não põe em causa a abertura.

Apesar de lamentar o acto de vandalismo, a presidente da junta de freguesia mantém-se optimista em relação à abertura do palácio da Estrada de Benfica. “Nada nos irá demover de devolver daqui a seis dias este palácio à população”, referiu Inês Drummond ao PÚBLICO. “Este acto, ao contrário do que o que as pessoas que o fizeram pretendiam, está a mobilizar os cidadãos”, acrescenta, ao referir o apoio que as pessoas da freguesia demonstraram ao saber do incidente.

Durante a manhã, a autarca reforçou esta ideia na página pessoal do Facebook e na da Junta de Freguesia de Benfica. “Sejam quais forem os objectivos das pessoas que procuraram destruir o trabalho de meses, vandalizando paredes, madeiras, cantarias seculares, pavimentos e Iluminação em várias salas e andares do palácio, eu garanto que não nos desmotivaram, muito pelo contrário, estamos, hoje, com ainda mais determinação,” escreveu na sua página pessoal. “O Palácio Baldaya vai ser devolvido aos moradores e vai abrir nos dias 1, 2 e 3 de Setembro, com uma programação variada”, garante na publicação da página da Junta.

O acto de vandalismo no Palácio Baldaya deixou rasto em várias salas, com paredes, cantarias, portas e janelas pintadas de cinzento. “O que aconteceu foi um lamentável acto de terrorismo que não conseguimos explicar, nem explicar o que levou estas pessoas a fazerem isto,” comentou Inês Drummond ao PÚBLICO. Questionada sobre se serão tomadas medidas especiais de segurança até à abertura do palácio, Inês Drummond refere que já foi apresentada queixa à polícia e que foi pedido um reforço da vigilância policial para a zona.

O Palácio Baldaya encontra-se agora na fase final das obras, que decorrem há cerca de um ano e custaram cerca de 400 mil euros. Com abertura marcada para o início de Setembro, foi o espaço escolhido para o novo espaço cultural da freguesia de Benfica. Depois de mais de cem anos com as portas fechadas, o edifício do século XVIII vai dar lugar à primeira biblioteca pública da freguesia, com uma área de exposições, uma ludoteca, um espaço de trabalho partilhado e uma cafetaria. Será também instalada no edifício a sede do programa Qualifica, que tem como objectivo melhorar o nível de formação dos adultos, e para o qual a junta de freguesia viu uma candidatura aprovada em 2016.

Os dias 1, 2 e 3 do próximo mês contam com “uma programação variada” no palácio setecentista, para marcar a sua abertura ao público, como indica a página da Junta. Em Abril deste ano, o jardim do Palácio Baldeia já tinha sido inaugurado com as comemorações do 25 de Abril, com um concerto de Paulo de Carvalho, da Orquestra Geração e das Novas Vozes de Abril, entre outras actividades como tertúlias e uma exposição sobre o palácio.

A história deste palácio começa em 1783, data da primeira fonte histórica escrita que atesta a existência da Quinta do Desembargador, que viria a ser a Quinta da Baldaia. O primeiro testemunho escrito que indica que o palácio era a casa de habitação de Maria Joana Baldaya, a sua primeira proprietária, data de 1840. O imóvel foi também o Hotel Mafra e, mais tarde, a Laboratório Nacional de Patologia Veterinária e Bacteriologia, após a venda do Palácio ao Governo da República Portuguesa.

Mais recentemente, em 2009, o Palácio foi cedido à ESTAMO e, em Fevereiro de 2015, já nas mãos do município de Lisboa foi cedido à Junta de Benfica, através de um contrato de comodato.