Enfermeiros dizem que blocos de partos estão a funcionar a meio gás
Hospitais desvalorizam impacto do primeiro dia do protesto dos enfermeiros especialistas em saúde materna e obstétrica.
O retomar do protesto dos enfermeiros especialistas em saúde materna e obstétrica já está a afectar o funcionamento de vários blocos de parto, e até terá obrigado esta quinta-feira à transferência de grávidas entre hospitais, segundo o movimento que representa estes profissionais. Mas dois dos hospitais citados como exemplos de situações mais complicadas – o de Santa Maria da Feira e o Amadora-Sintra – desdramatizaram o impacto do primeiro dia deste protesto.
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O retomar do protesto dos enfermeiros especialistas em saúde materna e obstétrica já está a afectar o funcionamento de vários blocos de parto, e até terá obrigado esta quinta-feira à transferência de grávidas entre hospitais, segundo o movimento que representa estes profissionais. Mas dois dos hospitais citados como exemplos de situações mais complicadas – o de Santa Maria da Feira e o Amadora-Sintra – desdramatizaram o impacto do primeiro dia deste protesto.
O hospital Amadora-Sintra admitiu a possibilidade de ter que encaminhar doentes para outras urgências obstétricas em vários dias desta semana e da próxima, mas frisou que este é um problema que decorre da “falta de médicos” e que está previsto desde Maio passado. Já uma fonte administração do Centro Hospitalar do Entre Douro e Vouga (CHEDV), a que pertence a unidade de Santa Maria da Feira, assegurou à Lusa que não foi necessário transferir qualquer grávida até ao final da manhã desta quinta-feira e disse que o hospital está a funcionar com “relativa normalidade”.
Com cerca de metade dos enfermeiros a aderir ao protesto, recusando-se a desempenhar as funções especializadas e assegurando apenas os cuidados gerais, têm sido os médicos a tentar “garantir os serviços”, mas “o esforço vai tornar-se insustentável, como aconteceu no mês passado”, contrapuseram ao final da tarde os representes deste movimento, em comunicado. Mas notam que a assistência de emergência “nunca foi posta em causa”, uma vez que esses casos têm a assistência adequada.
Ao final da manhã desta quinta-feira, o porta-voz do movimento, Bruno Reis, calculava que era superior a 50% a adesão a este protesto por parte dos enfermeiros especialistas, o que motivou "um sério congestionamento dos serviços". O Movimento dos Enfermeiros Especialistas em Saúde Materna e Obstetrícia decidiu retomar o protesto - que tinha sido interrompido no final de Julho para negociações com o Governo.
Estes profissionais asseguram consultas de vigilância da gravidez, internamentos de alto risco, interrupção voluntária da gravidez e cursos de preparação para a parentalidade, entre outras funções.