Navio russo atravessa pela primeira vez o Árctico sem ajuda de um quebra-gelo

O navio Christophe de Margerie, que transporta gás natural liquefeito, bateu recorde de velocidade nesta rota. A travessia foi possível também devido aos efeitos das alterações climáticas nesta zona do globo.

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A embarcação demorou 22 dias a realizar viagem entre a Noruega e a Coreia do Sul Reuters/Reuters Staff

Um navio russo realizou pela primeira vez a travessia entre a Europa e a Ásia através do Árctico sem necessitar do apoio de um navio quebra-gelo. Isto permitiu que a embarcação estabelecesse um recorde de velocidade nesta rota que está mais acessível devido às alterações climáticas nesta zona do globo.

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Um navio russo realizou pela primeira vez a travessia entre a Europa e a Ásia através do Árctico sem necessitar do apoio de um navio quebra-gelo. Isto permitiu que a embarcação estabelecesse um recorde de velocidade nesta rota que está mais acessível devido às alterações climáticas nesta zona do globo.

O navio de 300 metros, denominado de Christophe de Margerie, serve para transportar gás natural liquefeito (GNL) sendo o primeiro que pode percorrer a rota do Norte sem ter de ser acompanhado por um quebra-gelo durante o período entre Julho e Novembro. Lançado em Junho, o navio saiu de Snovhit, na Noruega, a 27 de Julho, e teve como destino o porto de Boryeong, na Coreia do Sul.

Este trajecto foi realizado em 22 dias, sendo por isso uma viagem 33% mais rápida do que a rota normalmente utilizada através do Canal do Suez. O navio tem ele próprio integrado um sistema para partir o gelo, tendo chegado a atravassear camadas de gelo com 1,2 metros de espessura.

O navio foi também construído para aproveitar a diminuição da camada de gelo no Árctico, sendo desta forma possível realizar a travessia sem quebra-gelo. No entanto, as restantes embarcações do género precisam ainda de auxílio para atravessar a zona.

Como explica o Guardian, o Christophe de Margerie será utilizado para transportar gás a partir das novas instalações na Península do Yamal, na Rússia, e que custaram 27 milhões de dólares (quase 23 milhões de euros). Este é o maior projecto relacionado com GNL no Árctico e que contou desde o início com o apoio do Presidente russo Vladimir Putin.