Obras do Polis Litoral protegem cordão dunar entre Ílhavo e Mira
Intervenção tem um custo de 2,4 milhões e deve estar concluída na Primavera de 2018.
As obras de protecção do sistema dunar entre Ílhavo e Mira arrancaram esta semana em Mira e deverão ficar concluídas na Primavera de 2018, anunciou hoje o presidente deste concelho do distrito de Coimbra, Raul Almeida. A Empreitada da 3.ª fase da Proteção e Recuperação do Sistema Dunar, através do Reforço do Cordão Dunar entre Ílhavo e Mira, foi consignada em Julho pela Polis Litoral - Ria de Aveiro por 2,4 milhões à empresa Oliveiras, S.A.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
As obras de protecção do sistema dunar entre Ílhavo e Mira arrancaram esta semana em Mira e deverão ficar concluídas na Primavera de 2018, anunciou hoje o presidente deste concelho do distrito de Coimbra, Raul Almeida. A Empreitada da 3.ª fase da Proteção e Recuperação do Sistema Dunar, através do Reforço do Cordão Dunar entre Ílhavo e Mira, foi consignada em Julho pela Polis Litoral - Ria de Aveiro por 2,4 milhões à empresa Oliveiras, S.A.
A empreitada, que abrange as freguesias de Gafanha da Encarnação e Gafanha do Carmo (Ílhavo), freguesia da Gafanha da Boa Hora (Vagos) e freguesia da Praia de Mira (Mira) terá um prazo de execução de 270 dias e será financiada pelo programa comunitário POSEUR (85%) e por capital social da Sociedade Polis (15%). Mais de 70% das obras serão realizadas no território do município de Mira, abrangendo o reforço de uma extensão de cerca de 3,4 quilómetros de duna, a colocação de cerca de dez quilómetros de paliçadas e a plantação de cerca de 500 mil espécies vegetais.
"Esta obra contribuirá assim de forma directa para a protecção do litoral e das populações, designadamente a malha urbana do Bairro Norte da Praia de Mira, contra os riscos de erosão costeira e reduzindo o risco de cheias e galgamentos e reposição do equilíbrio na dinâmica sedimentar ao longo da costa", disse à Lusa Raul Almeida. O autarca está particularmente preocupado com a situação do Bairro Norte da Praia de Mira, onde foi preciso erguer barreiras nos últimos anos que protegem as habitações do avanço do mar. "É preciso agir, para que a população se sinta segura", refere o autarca.
A intervenção passará pelo reforço da duna entre o Poço da Cruz e o norte da Praia de Mira - incluindo a protecção da zona urbana do Bairro do Norte - através da colocação de areias, paliçadas e vegetação na duna, criando uma estrutura de defesa. Será ainda realizado o reforço dos esporões a sul da Praia de Mira e a criação de depósitos de areia de emergência.
A empreitada total inclui ainda acções de reforço do cordão dunar na Costa Nova e Vagueira, através da recarga artificial com sedimentos disponibilizados pela Administração do Porto de Aveiro, recuperação e "renaturalização do sistema dunar, com utilização de soluções específicas, tais como recuperação dunar, plantação de espécies florísticas autóctones e instalação de paliçadas, e estabilização do pé de talude do cordão dunar".
A Polis Litoral Ria de Aveiro - Sociedade de Requalificação e Valorização da Ria de Aveiro, SA, é uma entidade de capitais exclusivamente públicos, com maioria do Estado (56%), que tem como missão a operacionalização da intervenção de requalificação e valorização da Ria de Aveiro. Abrange os territórios de Águeda, Albergaria-a-Velha, Aveiro, Estarreja, Espinho, Ílhavo, Mira, Murtosa, Oliveira do Bairro, Ovar, Sever do Vouga e Vagos e tem uma área de intervenção de 37.000 hectares, com 60 km de frente costeira, 140 km de frente lagunar e 24 km de frente Ribeirinha do Vouga.
Em julho, a Polis adjudicou por 545 mil euros a empreitada de desassoreamento da Barrinha de Mira, que arranca em setembro. A Barrinha encontra-se há anos fortemente assoreada e enfrenta uma praga de jacintos de água, situação que afastou os banhistas, numa praia que conquistou o galardão ambiental Bandeira Azul durante 31 anos consecutivos.