Impresa pondera fechar Visão e outras revistas

Balsemão quer menos exposição ao sector das revistas. Ou há compradores para os títulos ou publicações podem encerrar.

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O grupo Impresa, detentor da SIC e de títulos como o semanário Expresso ou a revista Visão, pondera encerrar diversas publicações, se não conseguir vendê-las até ao final do ano, sendo certo que o Expresso se manterá no grupo. A solução foi comunicada pela administração esta quarta-feira de manhã aos directores de algumas das revistas em causa. Além da Visão (que inclui a Visão Junior e a Visão História), a Impresa detém a Caras, Activa, Exame, Exame Informática, Telenovelas e TV Mais, para lá do Courier Internacional, do Blitz e do Jornal de Letras.

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O grupo Impresa, detentor da SIC e de títulos como o semanário Expresso ou a revista Visão, pondera encerrar diversas publicações, se não conseguir vendê-las até ao final do ano, sendo certo que o Expresso se manterá no grupo. A solução foi comunicada pela administração esta quarta-feira de manhã aos directores de algumas das revistas em causa. Além da Visão (que inclui a Visão Junior e a Visão História), a Impresa detém a Caras, Activa, Exame, Exame Informática, Telenovelas e TV Mais, para lá do Courier Internacional, do Blitz e do Jornal de Letras.

Num comunicado enviado às redacções a meio da tarde, o presidente executivo, Francisco Pedro Pinto Balsemão, diz que a Impresa "procederá a um reposicionamento estratégico da sua actividade, o que implicará uma redução da sua exposição ao sector das revistas e um enfoque primordial nas componentes do audiovisual e do digital". No mesmo comunicado, o presidente do conselho de administração diz que "iniciou um processo formal de avaliação do seu portfólio e respectivos títulos, que poderá implicar a alienação de activos".

Como conclusão, Balsemão assume que "a prioridade passa por continuar a melhorar a situação financeira do grupo, assegurando a sua sustentabilidade económica, e logo a sua independência editorial".

Além das reuniões com os administradores, de modo individual, a revista Visão esteve em plenário de trabalhadores para serem informados sobre o futuro da revista. Aqui, foi afirmado pela direcção que há potenciais interessados, mas que, a haver negócio, terá de ser concretizado até ao final do ano. Caso contrário, o caminho pode mesmo passar pelo fim da publicação, segundo informações recolhidas pelo PÚBLICO.

Há casos em que grupos de media passam a ter títulos apenas online, o que implica menos custos, mas também menos receitas, e redacções mais pequenas.

Através de uma nota no seu site, o Sindicato dos Jornalistas veio manifestar “preocupação com a agitação” no grupo Impresa, que implica “cerca de duas centenas de trabalhadores”, tendo já pedido “uma reunião urgente com o presidente do conselho de administração”.

Por sue lado, o conselho de redacção da Visão solidarizou-se com a direcção editorial da revista para "procurar soluções que viabilizem o futuro da publicação". Numa nota citada pela Lusa, o CR lamenta que a "profunda alteração estratégica da actividade da Impresa surja num contexto de recuperação assinalável (e em contra corrente com o panorama da imprensa portuguesa) das vendas da VISÃO e das suas extensões de marca" e também num momento "de cumprimento, e até de superação, dos objectivos orçamentados para o corrente ano, nomeadamente em termos de receita".

No início do ano passado, houve uma mudança na estrutura do grupo, com Francisco Balsemão (fundador e presidente do conselho de administração) a nomear o seu filho, Francisco Pedro Pinto Balsemão, para o cargo de presidente executivo (em substituição de Pedro Norton).

No dia 21 de Julho, a Impresa anunciou que optara por interromper uma emissão de dívida. A decisão foi justificada com "alterações recentes no sector dos media e ao impacto resultante no sentimento da comunidade de investidores", ou seja, com o anúncio da compra da Media Capital (da espanhola Prisa) por parte da Meo/Altice. "A Impresa continuará a acompanhar com atenção e dinamismo a evolução do mercado, de modo a detectar e antecipar o surgimento de condições que favoreçam a estratégia do grupo", afirmou então a empresa.

Com uma dívida de 189 milhões, o grupo teve um EBITDA de 6,1 milhões e um lucro de 86 mil euros no primeiro semestre.